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RECEITA DE ANO NOVO

(Carlos Drummond de Andrade) Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor de arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido (mal vivido ou talvez sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser, novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?). Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos re

COMO SURGIU A TRADIÇÃO DE BRINDAR?

Ao erguer suas taças de vinho, os povos antigos faziam uma oferenda simbólica a seus deuses. Os relatos mais antigos de brindes remontam aos gregos e fenícios, segundo Jennifer Rahel Conover, autora do livro Toasts for Every Occasion ("Brindes para Todas as Ocasiões", inédito no Brasil). Para saciar a sede das divindades, os romanos adotaram o hábito de derramar um pouco da bebida no chão - algo como o costume de dar um gole de cachaça "pro santo", comum no Brasil. Além disso, o brinde selava o fim de conflitos. O vencedor dava o primeiro gole para provar que não iria envenenar o adversário. "E, ao bater um copo no outro, os romanos achavam que os venenos se depositariam no fundo das taças", afirma John Bridges, autor do livro A Gentleman Raises his Glass ("Um Cavalheiro Ergue seu Copo", inédito no Brasil). Na ameaça de intoxicação também está uma das hipóteses sobre a origem da exclamação "saúde!", que acompanha os brindes: na Grécia

SEGREDOS DO VINHO - FINAl

O valor atual do vinho Até há pouco tempo, quem definia o valor dessas obras de arte eram os próprios produtores, que levavam mais em conta a "tradição" e a "nobreza" de certas regiões. Nos últimos anos, entretanto, um homem dotado de olfato extraordinário vem abalando a rígida hierarquia do mundo dos vinhos. Trata-se do americano Robert Parker, o mais famoso crítico de vinho no mundo, que avalia cerca de 10 mil exemplares por ano. Parker costuma deixar furiosos alguns dos mais venerados produtores franceses quando estes recebem notas baixas no seu guia de vinhos The Wine Advocate (O Advogado do Vinho, sem tradução brasileira), uma publicação bimestral que tem cerca de 40 mil assinantes em todo o mundo. As notas de Parker, de 50 a 100, podem significar o sucesso ou o fracasso de uma safra. Sua credibilidade foi conquistada pelo fato de ele pagar a maioria dos vinhos que degusta e pela simplicidade de seus julgamentos. "Eu não dou nenhum valor se a linhagem da

SEGREDOS DO VINHO - PARTE 2

Uma bebida divina Curiosamente, desde o surgimento das grandes civilizações, o vinho sempre foi considerado uma bebida nobre. Como as grandes cidades no Egito e na Mesopotâmia apareceram no Oriente Médio, perto de regiões produtoras de cereais, a maior parte da população se embriagava tomando cerveja (nessa época, ela já era mais popular). No Egito, as primeiras pinturas sobre a vinicultura revelam que, há mais de 3 mil anos, seus habitantes já dominavam a tecnologia da sua produção e o utilizavam em rituais de oferenda aos deuses e aos mortos. Segundo os historiadores, seu consumo no Egito estava restrito aos ricos e aos sacerdotes, já que não havia muitas videiras plantadas na região. Mas foi na Grécia antiga que a bebida ganhou proporções místicas. Além de impulsionar a economia da região (que na época se estendia por boa parte do Mediterrâneo, incluindo o sul da Itália), o vinho estava associado diretamente ao deus Dionísio. Este não era encarado como um mito distante das pessoas e

SEGREDOS DO VINHO - PARTE 1

No início, é só cor. Apenas um terço da taça é preenchido pelo líquido vermelho intenso, quase rubi, com um leve entorno acastanhado. Mas basta girá-la levemente, aproximar o nariz e algo de extraordinário acontece: uma jovem reconhece o aroma de amoras maduras. Lá atrás, uma senhora identifica o cheiro do doce de marmelo que a avó fazia - e que ela quase esquecera. Um dono de restaurante identifica os temperos que usa em seus pratos e um senhor se emociona ao sentir o inusitado cheiro de animais e de um bosque, como aquele que ele freqüentava na infância. É como se, por alguns instantes, parte da vida dessas pessoas estivesse ali: em parcos 100 mililitros de um vinho tinto degustado na sala do curso da Associação Brasileira de Somelliers, no 14º andar de um edifício em São Paulo. Talvez você ache exagero, esnobismo ou mesmo afetação (para não usar outro termo) tanta celeuma em torno de uma bebida. Afinal, tecnicamente, o vinho não passa de suco de uva fermentado. Ou, como diriam os qu

05 Anos Sem Cássia Eller

Cássia Eller - 39 anos Cantora. Estava na melhor fase de sua carreira, com o sucesso de seu cd Acústico. Suas marcas eram a voz grave e a atitude irreverente no palco, e seu repertório variava entre músicas dos autores mais ligados à cena do rock brasileiro, como Renato Russo, até versões para obras de compositores antigos, como Ataulfo Alves, passando por autores mais vanguardistas, como Itamar Assumpção. Entre os maiores sucessos estava Malandragem e ECT. Faleceu de parada cardiorrespiratória cuja causa está sendo investigada. Há suspeitas de que ela tenha feito uso de cocaína.