Pretendendo romper com os modelos do neoclassicismo, o movimento literário e cultural português, enquadrado na estética romântica, desenrola-se ao longo do século XIX, em três fases.
A primeira, o pré-romantismo, foi difusa em Portugal. É significativo que um autor como Bocage mantenha-se atrelado às regras neoclássicas e Horácio seja uma referência obrigatória de Filinto Elísio ou da Marquesa de Alorna.
Considera-se o ano de 1825 como o início do romantismo literário português com a publicação, em Paris, do poema Camões. Em 1826, foi publicado D. Branca, ambos da autoria de Almeida Garrett. Garret, Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho, entre outros, deram vida à primeira geração de escritores românticos que tinham como traços dominantes, além da religiosidade, um regresso ao passado medieval, um sentido regenerador, sentimentos nacionalistas moralizantes e cultivava, principalmente, os gêneros do romance e drama históricos.
Os anos 40 do século XIX são assinalados pelo ultra-romantismo ou segunda geração romântica. O fantástico dos temas, o imaginário sombrio e o desencanto emocional atingem o auge. Camilo Castelo Branco na ficção, Soares dos Passos e João de Lemos na poesia, são seus maiores representantes. Com a Geração de 1870 - e a profunda revolução literária e cultural iniciada, em 1865, com a polêmica entre Antero de Quental e Castilho - mais do que a negação do romantismo, o necessário passa a ser o reencontrar da totalidade romântica em uma perspectiva capaz de ultrapassar as fronteiras portuguesas e interligar a filosofia com a estética. A intenção era redescobrir os modelos do romantismo europeu, de Shakespeare a Dickens, de Goethe a Heine, além de outros, como Victor Hugo ou Proudhon, articulando-os com as novas tendências do realismo-naturalista de Zola e o positivismo de Comte.
Na terceira geração do romantismo, além de Antero de Quental, pontuaram nomes como os de Eça de Queirós, Teófilo Braga, Oliveira Martins, Batalha Reis e Adolfo Coelho, entre outros.
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