Chamar o Exército para atuar nas UPPs do Rio tem motivação política e marca uma "volta à estaca zero", diz o professor Ignácio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj.
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Folha - É importante o Exército neste momento?
Ignácio Cano - É um retrocesso. Mostra que estamos em um momento emergencial e deixa-se de lado o planejamento. Em um ano eleitoral, é importante para o governo do Rio não transmitir sensação de falta de controle. Então, ele pede apoio do governo federal, que não poderia deixar de responder. A lógica é política, de improvisação da segurança e também para a Copa.
Ignácio Cano - É um retrocesso. Mostra que estamos em um momento emergencial e deixa-se de lado o planejamento. Em um ano eleitoral, é importante para o governo do Rio não transmitir sensação de falta de controle. Então, ele pede apoio do governo federal, que não poderia deixar de responder. A lógica é política, de improvisação da segurança e também para a Copa.
Os ataques mostram fragilidade do projeto das UPPs?
Eles acontecem desde o início. O problema agora é que há uma crise geral na segurança pública, não só nas UPPs. Mas, da mesma forma que há quatro anos houve uma repercussão glamourizada das unidades, agora há uma visão catastrófica.
Eles acontecem desde o início. O problema agora é que há uma crise geral na segurança pública, não só nas UPPs. Mas, da mesma forma que há quatro anos houve uma repercussão glamourizada das unidades, agora há uma visão catastrófica.
O que está dando errado?
A parte social do projeto nunca decolou. O que temos é basicamente um projeto policial. Com o Exército, volta-se à estaca zero, à fase da ocupação intensiva, que já deveria ter ficado para trás.
A parte social do projeto nunca decolou. O que temos é basicamente um projeto policial. Com o Exército, volta-se à estaca zero, à fase da ocupação intensiva, que já deveria ter ficado para trás.
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