Dentre a imensidão de dados apresentados pela 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope e divulgada ontem, alguns chamam bastante atenção – já havia apresentado parte deles aqui. Os índices mostram, por exemplo, que quem lê é muito mais ativo do que quem não lê. Leitores escutam mais músicas, navegam mais pela internet, estão mais juntos da família e dos amigos, praticam mais esportes, vão mais a bares e até jogam mais videogame do que aqueles que não são afeitos aos livros. Estes, por sua vez, apenas "não fazem nada, descansam ou dormem" mais do que os leitores.
Quando indagados sobre o significado da leitura, os mais de 5000 entrevistados disseram que a atividade traz, principalmente, conhecimento, seguido da possibilidade de crescimento profissional, oportunidade para se viver melhor e a capacidade de fazer uma pessoa "vencer na vida":
Entraves
A pesquisa também aponta que não leitores não leem principalmente por alegar falta de tempo (32%). Se tal razão até soa como desculpa esfarrapada – já falei sobre isso aqui -, essas pessoas ao menos são bastante sinceras na segunda justificativa mais mencionada: 28% deles não leem porque não gostam.
Sobre os entraves com relação à leitura, 24% das pessoas ouvidas assumem que não tem paciência para ler (um número preocupantemente crescente, já que em 2011 ele era de 20% e em 2007, 11%, quando outras edições da pesquisa foram realizadas). Ao falar das dificuldades para a atividades, também dizem que leem muito devagar (20%) e, dentre outras coisas, não compreendem a maior parte do que leem (8%). Somente um terço garante não ter dificuldade nenhuma para ler (33%, número que vem caindo com o passar dos anos: em 2011 era 43% e em 2007, 48%).
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