Produtores brasileiros não conseguem competir com chineses que exportam o tempero a preços menores. Além dos altos custos das lavouras, agricultores dizem que parte do produto entra no país sem pagar taxas.
O tempero brasileiro ganhou um toque chinês. Vindo do outro lado do mundo, o alho oriental seduz cada vez mais consumidores pelo país. Por custar menos do que o concorrente plantado em Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, espalhou-se como uma praga nas prateleiras do varejo. Essa invasão tira o sono dos produtores nacionais, que acusam a superpotência de prática desleal.
Como os custos estão nas alturas e o setor — assim como tantos outros do agronegócio — enfrenta dificuldades de crédito, o alho made in Brazil não sai por menos de R$ 25 ou R$ 26 a caixa (com 10 Kg). Já o chinês tem um custo de comercialização de R$ 20. "Quando o câmbio estava mais fraco, essa relação era ainda pior para a gente", diz Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
Apesar de ter o direto antidumping definitivo como forma de se proteger da importação de alhos frescos ou refrigerados embarcados na China, o Brasil não consegue a blindagem necessária. Isso porque liminares obtidas na Justiça por importadores acabam permitindo o acesso do produto livre do pagamento da taxa estabelecida pelo acordo, que é de US$ 0,52/kg. No ano passado, o Brasil importou 57,7 milhões de toneladas de alho chinês, o equivalente a US$ 29,3 milhões. Já nos primeiros 11 meses de 2008, o saldo passou para 80,2 milhões de toneladas, o correspondente a US$ 28,9 milhões.
A Anapa informa que nem todo esse volume é taxado. "Queremos que a China participe do mercado de forma legítima. O que está ocorrendo é que, por não ter condições de se manter, o produtor planta menos, está sendo expulso da atividade", reforça Corsino. O Brasil não é auto-suficiente em alho. A produção nacional responde por cerca de um terço. O restante vem da China e da Argentina.
Só neste ano, o governo federal deixou de recolher R$ 19 milhões na forma de taxa antidumping imposta contra a China. Os produtores nacionais acreditam que com uma fiscalização mais atuante e um pente-fino nas importadoras seria possível barrar a entrada de mercadorias ilegais, cobrar os tributos devidos e normalizar a concorrência.
Nas últimas três safras a colheita só encolheu. Para a Anapa, isso é sintoma de estrangulamento do campo. "Em 2009 a produção vai cair de novo. A situação é grave. Há 20 anos o produtor nacional respondia por 90% do mercado. Hoje, essa fatia é de apenas 25% e tende a cair", justifica Rafael Corsino.
Há reflexos diretos sobre o emprego. De acordo com Corsino, postos de trabalho foram fechados nas últimas duas décadas e não há perspectivas de serem reabertos tão cedo. O representante dos produtores explica que há argumentos de sobra para que o consumidor brasileiro rejeite o produto chinês. "Até porque o alho da China é menos saboroso e nutritivo do que o nacional. Se as pessoas soubessem disso, e tivesse um selo no produto brasileiro, acredito que o problema todo seria bem menor", completa Corsino.
O tempero brasileiro ganhou um toque chinês. Vindo do outro lado do mundo, o alho oriental seduz cada vez mais consumidores pelo país. Por custar menos do que o concorrente plantado em Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, espalhou-se como uma praga nas prateleiras do varejo. Essa invasão tira o sono dos produtores nacionais, que acusam a superpotência de prática desleal.
Como os custos estão nas alturas e o setor — assim como tantos outros do agronegócio — enfrenta dificuldades de crédito, o alho made in Brazil não sai por menos de R$ 25 ou R$ 26 a caixa (com 10 Kg). Já o chinês tem um custo de comercialização de R$ 20. "Quando o câmbio estava mais fraco, essa relação era ainda pior para a gente", diz Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
Apesar de ter o direto antidumping definitivo como forma de se proteger da importação de alhos frescos ou refrigerados embarcados na China, o Brasil não consegue a blindagem necessária. Isso porque liminares obtidas na Justiça por importadores acabam permitindo o acesso do produto livre do pagamento da taxa estabelecida pelo acordo, que é de US$ 0,52/kg. No ano passado, o Brasil importou 57,7 milhões de toneladas de alho chinês, o equivalente a US$ 29,3 milhões. Já nos primeiros 11 meses de 2008, o saldo passou para 80,2 milhões de toneladas, o correspondente a US$ 28,9 milhões.
A Anapa informa que nem todo esse volume é taxado. "Queremos que a China participe do mercado de forma legítima. O que está ocorrendo é que, por não ter condições de se manter, o produtor planta menos, está sendo expulso da atividade", reforça Corsino. O Brasil não é auto-suficiente em alho. A produção nacional responde por cerca de um terço. O restante vem da China e da Argentina.
Só neste ano, o governo federal deixou de recolher R$ 19 milhões na forma de taxa antidumping imposta contra a China. Os produtores nacionais acreditam que com uma fiscalização mais atuante e um pente-fino nas importadoras seria possível barrar a entrada de mercadorias ilegais, cobrar os tributos devidos e normalizar a concorrência.
Nas últimas três safras a colheita só encolheu. Para a Anapa, isso é sintoma de estrangulamento do campo. "Em 2009 a produção vai cair de novo. A situação é grave. Há 20 anos o produtor nacional respondia por 90% do mercado. Hoje, essa fatia é de apenas 25% e tende a cair", justifica Rafael Corsino.
Há reflexos diretos sobre o emprego. De acordo com Corsino, postos de trabalho foram fechados nas últimas duas décadas e não há perspectivas de serem reabertos tão cedo. O representante dos produtores explica que há argumentos de sobra para que o consumidor brasileiro rejeite o produto chinês. "Até porque o alho da China é menos saboroso e nutritivo do que o nacional. Se as pessoas soubessem disso, e tivesse um selo no produto brasileiro, acredito que o problema todo seria bem menor", completa Corsino.
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