O corpo humano pode ser comparado a uma máquina cujas peças se mantêm em bom funcionamento mesmo depois de quebrar - mas com uma condição. Quando uma pessoa morre, os médicos precisam determinar, antes de mais nada, se houve parada cardíaca. "Caso o coração tenha deixado de funcionar, os órgãos ficam comprometidos pela falta de oxigenação", afirma Luiz Augusto Pereira, cirurgião coordenador da Central de Transplantes do Estado de São Paulo. Nesse caso, só é possível retirar para doação tecidos como a córnea, a pele, vasos sangüíneos e alguns ossos e cartilagens. Se o paciente ainda estiver no estágio de morte encefálica - o que acontece quando o cérebro deixa de funcionar de modo irreversível, mas o resto do corpo ainda permanece em atividade -, é possível manter o coração batendo até a retirada de determinados órgãos: rins, fígado, pulmões, medula óssea, coração e pâncreas. Há ainda partes do corpo que podem ser parcialmente doadas quando a pessoa está viva.
Um paciente em bom estado de saúde pode doar um dos rins, uma parte do fígado, dos pulmões ou da medula óssea. É comum mães doarem órgãos a seus filhos, procedimento que apresenta um risco menor de rejeição.
Reciclagem orgânica
Pulmões
Parte do tecido pulmonar pode ser retirada sem o comprometimento do órgão
Fígado
Basta retirar um pedaço do órgão, quando é para enxerto em pacientes com insuficiência hepática
Córnea
Pacientes com lesões irreversíveis precisam receber uma nova córnea, que tem de ser retirada pouco tempo após a parada cardíaca do doador
Coração
Deve ser retirado imediatamente após a morte cerebral, para que não haja comprometimento do órgão
Pulmões
Costumam ser retirados de pacientes com morte cerebral, mas, em alguns casos, é possível fazer a doação mesmo quando o coração deixa de bater
Fígado
Quando o órgão não funciona, é necessário recorrer a um doador. A retirada deve ser feita logo após o cérebro deixar de funcionar
Rins
Transplante geralmente feito entre pessoas da mesma família - a cirurgia consiste na retirada de apenas um dos rins
Medula
Só uma pequena parte da medula precisa ser retirada. Implantada em outro paciente, seu tecido se multiplica sozinho
Rins
Quem sofre de insuficiência renal pode se candidatar a um transplante para se livrar de sessões de hemodiálise
Medula
O transplante pode ser feito em casos de câncer, doenças do sangue e do sistema imunológico
Ossos e cartilagens
Tecidos ósseos como a cabeça do fêmur (osso da perna) podem ser transplantados
Pâncreas
O órgão, responsável pela produção de substâncias essenciais ao organismo, como a insulina, é um dos mais transplantados
Pele
Pode ser retirada para a realização de enxertos em pacientes que sofreram queimaduras graves, por exemplo
Vasos sanguüíneos
Pessoas que têm obstruções em veias e artérias podem receber vasos de um doador
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