A fotógrafa holandesa Jacqueline Hassink visitou o interior de algumas das mais importantes salas do mundo. Não são laboratórios de ciência nem escritórios de políticos – são salas de reuniões das maiores empresas da Europa, que foram fotografadas por Hassink para o seu projeto chamado As Mesas do Poder.
Durante a segunda metade dos anos 1990, Hassink visitou salas de reuniões de quarenta corporações multinacionais na Europa, procurando símbolos do que ela descreve como “o valor mais importante da sociedade moderna: poder econômico”. Hassink, que mora em Nova York, procura taxonomias visuais, que vão desde salas de costura em Paris às “garotas dos carros” da BMW. As Mesas do Poder foi baseado em um impulso semelhante.
Banco espanhol Santander. As Mesas do Poder 2
Ter acesso ao santuário interno dessas corporações gigantescas não foi, como você deve imaginar, uma tarefa muito simples. Hassink foi atrás das maiores empresas europeias da edição de 1994 da Fortune Global 500 e pediu acesso aos seus escritórios. Muitas recusaram, mas 40 delas aceitaram e entraram no aclamado livro lançado em 1996. “Ao fotografas as mesas corporativas mais importantes da europa, o local de encontro de executivos importantes das empresas, comecei a mapear os centros de poder econômico”, ela explica. “Foi a primeira vez na história da Europa que esses centros de poder foram fotografados e publicados.”
Mercedez-Benz. As Mesas do Poder
Mas ela não parou por aí. Curiosa sobre a mudança do cenário corporativo após o crash de 2008, ela voltou para mais um round. Desta vez, incluiu bancos e instituições financeiras tiradas novamente da lista Forbes Global 500. As imagens foram publicadas no livro As Mesas do Poder 2.
Banco Santander em Madrid, na Espanha. As Mesas do Poder 2
Havia alguma grande diferença entre as salas de reuniões de 1995 e 2009? Em uma entrevista para a Reuters, Hassink comentou:
O que mudou nas salas de reuniões foi, basicamente, duas coisas: a tecnologia e ausência de cinzeiros. Salas de reuniões podem ser altamente complexas hoje em dia com um monte de coisa feita a partir de tecnologias de computadores. Um outro detalhe surpreendente foi a presença de bandejas de BlackBerry para executivos colocarem os celulares antes de entrar em reuniões. Apenas algumas poucas empresas ainda aparecem na lista, e algumas delas mudaram o nome: BASF, BP, Daimler, EDF, Eni, Fiat, Nestlé, PSA Peugeot Citroën, Royal Dutch, Shell, Siemens, Total e Volkswagen. Só vitisei três empresas nas duas vezes; Eni, Siemens e Volkswagen. No caso da Volskwagen, o mesmo representante me acompanhou durante a visita 15 anos depois.
É divertido pensar em como seria se sentar no espaço da Mercedez-Benz em 1995, mas as imagens da segunda fase do projeto de Hassink não mais sinistras. Ao contrário da década de 1990, estes escritórios parecem concebidos para defender seus habitantes de uma destruição econômica iminente. É fascinante ver uma fotógrafa retirar as pessoas no poder dos espaços frequentemente ignorados de poder. Veja As Mesas do Poder 2 e o original aqui.
Empresa italianas de seguros Assicurazioni Generali. As Mesas do Poder 2
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