Folha - O senhor é favorável ao impeachment da presidente? Gustavo Franco - Acho melhor que ela não permaneça. Há quase uma incompatibilidade de gênios entre Dilma Rousseff e a vida econômica. Uma percepção geral de fadiga que indica que o melhor caminho é a mudança. Quando as coisas começaram a dar errado? Na descoberta do pré-sal. Criou uma sensação de vitória ou de redenção, uma ideia de que o Brasil deveria seguir um novo modelo. No plano macro, com a mudança do tripé econômico [regimes de metas de inflação, fiscal e câmbio flutuante]. E, no plano micro, com o abandono da agenda de ambiente de negócios em favor de um relacionamento entre o público e o privado muito pessoal, bastante politizado. Pode dar exemplos? No plano macro, a maior distorção são a política fiscal e o desaparecimento do superavit primário, com a criatividade contábil e as ilegalidades envolvidas nas pedaladas. No plano micro, o exemplo gritante é o da Petrobras, que concentra os vícios dessa nov