Há alguns anos, em visita ao Brasil, o escritor anglo-indiano Salman Rushdie afirmou que, mesmo após décadas de sucesso, ainda se sentia pouco à vontade para fazer o corpo a corpo necessário ao lançamento de um livro – que inclui conceder entrevistas e atender leitores. Seu sonho de vida, revelou, era recolher-se para escrever, enviar a criação para a editora e voltar à reclusão. Nada mais distante desse perfil de escritor-ermitão, comum a inúmeros autores, do que a atitude de alguns novatos que vêm colhendo sucesso no mundo digital, caso dos americanos Amanda Hocking e John Locke e também do britânico Mark Edwards. Esses “e-escritores” abraçam todos os recursos digitais disponíveis para fazer o corpo a corpo com leitores e divulgar obras que existem exclusivamente no mundo virtual, vendidas em geral por cerca de 1 dólar. Diariamente, gastam horas respondendo e-mails de fãs e investem outras tantas interagindo com admiradores – e críticos – em blogs, YouTube, Facebook, Twitter e ...