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A CONCEPÇÃO HUMANÍSTICO-EXISTENCIAL-FENOMENOLÓGICA DA GESTALT

A gestalt-terapia constitui-se numa prática de convergências onde se admite que antes de tudo há o homem: a chave de todas as coisas, o sentido de tudo quanto há. Mas também onde se percebe que este homem faz-se por si mesmo, através de seus atos. Aventura-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo... E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio. Soren Kierkgaard INTRODUÇÃO A Gestalt-terapia, a nosso ver, localiza-se como uma filosofia de vida e como uma prática psicoterápica (entre outras práticas possíveis, como a pedagógica, por exemplo) no ponto de interseção de várias correntes de pensamento. Seu mérito consiste em possibilitar a harmonização de tais correntes sem mulhar-lhes o sentido. Assim, não as reúne como uma colcha de retalhos, mas como partes de um todo harmônico. Neste trabalho vamos examinar três destas influências: o humanismo, o existencialismo e a fenomenologia. O HUMANISMO O humanismo é uma concepção d

Para que Filosofia?

* AS EVIDÊNCIAS DO COTIDIANO Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situações. Fazemos perguntas como "que horas são?", ou "que dia é hoje?". Dizemos frases como "ele está sonhando", ou "ela ficou maluca". Fazemos afirmações como "onde há fumaça, há fogo", ou "não saia na chuva para não se resfriar". Avaliamos coisas e pessoas, dizendo, por exemplo, "esta casa é mais bonita do que a outra" e "Maria está mais jovem do que Glorinha". Numa disputa, quando os ânimos estão exaltados, um dos contendores pode gritar ao outro: "Mentiroso! Eu estava lá e não foi isso o que aconteceu", e alguém, querendo acalmar a briga, pode dizer: "Vamos ser objetivos, cada um diga o que viu e vamos nos entender". Também é comum ouvirmos os pais e amigos dizerem que somos muito subjetivos quando o assunto é o namorado ou a namorada. Freqüentemente, quando

Roteiro de Avaliação de uma Tese

INTRODUÇÃO O processo de avaliação de uma tese é uma atividade comum no meio acadêmico. A utilização de um roteiro estruturado tem a função de auxiliar ao examinador e permitir uma discussão objetiva sobre algo palpável. Dentro deste espírito fui convidado pelo Prof. Emil Burihan para proferir uma aula sobre o tema no módulo de metodologia da pesquisa no Curso de Pós-graduação em Cirurgia Vascular, Cardíaca, Torácica e Anestesiologia da Universidade de São Paulo/Escola Paulista de Medicina, área de concentração: cirurgia vascular. O conteúdo deste manuscrito é o resultado impresso desta aula que ocorreu no dia 09 de março de 2000. Os diapositivos utilizados nesta aula estão disponíveis sítio: http://www.evidencias.com/acl_tes1.pdf A expressão “avaliação de uma tese” esconde uma palavra que é decisiva para o entendimento de como fazer a avaliação. A palavra é qualidade, assim reescrevendo a expressão, o título mais preciso é “avaliação da qualidade de uma tese”. O acréscimo desta palavr

O que é o Zen?

O Zen não é decididamente um sistema fundado na lógica e na análise. É algo antípoda da lógica e do modo dualístico de pensar. Pode haver um elemento intelectual no Zen, pois ele é a mente total onde encontramos muitas grandes coisas. Mas a mente não é um composto, que deva ser dividido em tantas faculdades, nada deixando após a dissecação. O Zen nada tem a ensinar, no que diz respeito à análise intelectual, nem impõe qualquer conjunto de doutrinas aos seus seguidores. A esse respeito, o Zen é caótico, se assim o quiserem chamar. Seus adeptos podem formular conjuntos de doutrinas, formulando-os porém por sua conta e para benefício próprio, e não do Zen. Portanto, não há, no Zen, livros sagrados ou assertivas dogmáticas, nem qualquer fórmula simbólica através da qual se obtenha um acesso à sua significação. Se me perguntassem o que ensina o Zen, responderia que ele nada ensina. Qualquer ensinamento que exista no Zen vem mediante nossa própria mente. Ensinamo-nos a nós mesmos. O Zen mera