Escutemos, por um instante, a voz dos poetas, porque ela costuma exprimir o que chamamos de "sentimento do mundo", o sentimento da velhice e da juventude perene do mundo, da grandeza e da pequeneza dos humanos ou dos mortais. Assim, o poeta grego Arquíloco escreveu: E não te esqueças, meu coração, que as coisas humanas apenas mudanças incertas são. Outro poeta grego, Teógnis, cantando sobre a brevidade da vida, dizia: Choremos a juventude e a velhice também, pois a primeira foge e a segunda sempre vem. Também o poeta grego Píndaro falava do sentimento das coisas humanas como passageiras: A glória dos mortais num só dia cresce, Mas basta um só dia, contrário e funesto, para que o destino, impiedoso, num gesto a lance por terra e ela, súbito, fenece. Mas não só a vida e os feitos dos humanos são breves e frágeis. Os poetas também exprimem o sentimento de que o mundo é tecido por mudanças e repetições intermináveis. A esse respeito, a poetisa brasileira Orides Fontela escreveu: