Carlos Heitor Cony é um homem com alguma tranqüilidade: acredita que escrever livros não é nenhum crime, não mancha a biografia de um sujeito, portanto ele não precisa pedir perdão. Cony é um dos mais prolíficos escritores brasileiros: um ano e meio depois de lançar O Piano e a Orquestra, que seguiu de imediato o memorialístico Quase Memória, ele volta com nova obra, definindo-se e definindo cada ser humano como um poeta trágico em potencial, graças à santa capacidade de escolha entre bem e mal. Volta nas páginas de A Casa do Poeta Trágico, seu primeiro romance narrado na terceira pessoa do singular, com um narrador que conta a história sem participar dela, ao contrário dos vários outros narradores em forma de eu que pontilham seus outros livros. Neste, o escritor-jornalista desenvolve sua história em torno de dois personagens, Augusto e Mona, que iniciam um romance quando ele já está com 46 anos, e ela com 6 . A casa, a poesia e a tragédia não são exclusivas: "Qualquer homem é um