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BUDA EM SAMPA

  O bairro da Vila Mariana, em São Paulo, esconde um pequeno tesouro. É o Templo Tzong Kwan, uma construção que poderia estar localizada em alguma montanha do Tibete. O local é cheio de mistérios. O primeiro é a própria entrada. Um portão de ferro junto à calçada não dá a menor noção do prédio exótico que ali existe, nos fundos do terreno. Para chegar à entrada, que também é voltada para os fundos (seguindo as normas do Feng Shui), é preciso percorrer um corredor ao ar livre. No interior, há imagens de Buda e de outros mestres, trazidas da China, além de objetos decorativos como incensários, sinos, tambores e luminárias. Não se espante ao ver, no peito de Buda, uma suástica: muito antes de ser símbolo do nazismo, ela representava manifestações da energia cósmica. Ao visitar ou assistir a uma cerimônia em que todos os mantras e orações são traduzidos para o português (é o único de São Paulo a fazer isso), a melhor conduta é deixar os sapatos num armário próximo da entrada. O templo

Wallpaper Natalino

Véspera do Natal

TERIAM EXISTIDO CRISTÃOS ANTES DE CRISTO? Desde a descoberta dos pergaminhos do Mar Morto, há mais de quarenta anos, essa pergunta está presente. Escritos pelos essênios, uma seita religiosa anterior a Cristo que tinha doutrina semelhante à dos cristãos, só agora as autoridades de Israel vão permitir a cientistas de todo o mundo o acesso aos documentos. Primavera de 1947. Três meninos pastores beduínos haviam levado seus carneiros e cabras para beber no oásis de Ain Feshka, a 15 quilômetros da cidade bíblica de Jericó, na Cisjordânia, território jordaniano hoje ocupado por Israel. Enquanto os animais matam a sede, os meninos brincam pelas cavernas que sulcam a paisagem de precipícios, localizada 400 metros abaixo do nível do mar, perto da costa norte do Mar Morto. Um dia normal e corriqueiro, não fosse o estrondo estafante que os três ouvem depois de jogarem pedras em uma das grutas. Eles descem à caverna e descobrem dez grandes jarros de barro, de aparência antiga: oito vazios, um

É REALMENTE PERIGOSO TOMAR BANHO DEPOIS DE COMER?

  Só se a água estiver muito quente. Depois de uma refeição, nosso sangue se dirige em grande quantidade ao sistema digestivo para auxiliar a digestão. "Se entrarmos em contato com água muito quente, parte desse sangue desvia para a pele", diz o fisiologista Francisco Gacek, da USP. Isso porque os vasos sangüíneos superficiais se dilatam para deixar passar o calor e esfriar o organismo. Assim, parte do sangue que deveria ajudar no processo digestivo migra para a pele. O alimento permanece mais tempo no estômago e no intestino, podendo sofrer uma nociva fermentação provocada por bactérias. Já a água fria não traz problemas de digestão. Risco maior corre quem decide nadar depois de comer: o exercício físico atrai muito mais sangue para os músculos do que a água quente do banho. 

LOUCO, EU?

  David Rosenhan resolveu fingir-se de louco. Em 1972, ele se dirigiu a um hospital psiquiátrico americano alegando escutar vozes que lhe diziam as palavras "oco" "vazio" e o som "tum-tum". Essa foi a única mentira que contou. De resto, comportou-se de maneira calma e respondeu a perguntas sobre sua vida e seus relacionamentos sem mentir uma única vez sequer. Outros oito voluntários sãos fizeram a mesma coisa, em instituições diferentes. Todos, exceto um, foram diagnosticados com esquizofrenia e internados. Assim que foram admitidos, os pacientes passaram a agir normalmente. Observavam a tudo e faziam anotações em suas cadernetas. No começo, as anotações eram feitas longe do olhar dos funcionários, mas logo eles perceberam que não havia necessidade de discrição. Médicos e enfermeiros passavam pouquíssimo tempo com os pacientes e nem ao menos respondiam às perguntas mais simples. "Apesar de seu show público de sanidade, nenhum deles foi reconhecido

O CAMINHO QUE LEVA AO GRAAL

  A busca pelo "grande romance americano" (GRA), tão perseverante e complicada quanto a do Graal, tem seu Percival contemporâneo: Thomas Pynchon, 60 anos, nascido em Long lsland, Nova York. Ao contrário do cavaleiro medieval, Pynchon de inocente não tem nada. Mas sua diligência - que os inimigos chamam de insistência - é tal, que só se pode compará-lo com figuras lendárias desse porte. Como se não bastasse, ele vive recluso, foi fotografado em raras oportunidades e se mantém alheio aos debates de seu tempo, ao menos por meio da mídia. Tudo isso lhe confere ainda mais a aura de outsider, o que ele de fato é. No entanto, o que ele quer fazer é exatamente aquilo que a América Inocente, a qual ele castiga parágrafo a parágrafo, não conseguiu fazer até hoje: definir a nação, com todas suas contradições, ilusões e atrações. Seu último rormance, Mason E Dixon (sem previsão de lançamento no Brasil), tem todos os ingredientes que caracterizam o autor da V (1963, publicado no Brasil