É uma das doutrinas do budismo, cuja origem remonta ao ano 500 a.C., baseada nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, príncipe indiano que renunciou aos luxos e privilégios para buscar a total compreensão do sofrimento. Quando alcançou a iluminação, Siddhartha ficou conhecido como Buda, "aquele que desperta". Ele dizia que sofrimento e tristeza resultam do apego a situações, pessoas e objetos impermanentes, e ensinou sobre o "caminho do meio", que nos leva a evitar os extremos. Mil anos depois, o discípulo Bodhidharma viajou da Índia à China e transmitiu o conhecimento. Assim foi o encontro do budismo indiano com o taoísmo chinês (na época, uma das principais doutrinas da China), que resultou no ch´an budismo. Na sua expansão até o Japão, ganhou o nome zen - "o estado mental equivalente à meditação". A percepção da nossa natureza individual faz parte da prática zen e idealmente leva ao autoconhecimento, à compreensão da realidade e a uma maior harmonia entre ações, reações e circunstâncias.
A iluminação, ou satori, é o objetivo final, traz sabedoria perfeita e grande compaixão, como ensina o antigo mestre Pao Chih: "Se você compreender que a essência do desejo é vazia, então até o calor infernal terá frescor. O Grande Caminho está bem diante dos olhos". As duas principais correntes no zen budismo são rinzai zen e soto zen. A primeira enfatiza a prática de koans, pequenos diálogos incompreensíveis à luz do pensamento discursivo, que ajudam a exaurir o circuito mental. Já o soto zen prioriza a prática de zazen, a técnica de meditação disciplinada para afastar as ligações com o corpo e a mente, baseada no não-pensamento. Popularmente, quando uma pessoa está muito tranqüila ou contemplativa, dizemos que ela "está zen".
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