Edifícios modernos com janelas fechadas e ventilação artificial podem ser lugares perigosos para as pessoas. Ar de má qualidade e substâncias tóxicas dentro dos escritórios provocam alergias e infecções respiratórias.
Existem pessoas que têm alergia ao trabalho. Volta e meia sentem dores de cabeça, de garganta, ficam resfriadas, faltam ao emprego. Aversão a serviço? Não, ao prédio. Desde 1983, quando a Organização Mundial da Saúde cunhou o termo Síndrome do Edifício Doente, esses sintomas mais parecidos com uma alergia a escritório passaram a ser considerados como doenças ocupacionais. Só que os doentes não são as pessoas, mas os prédios: os males da síndrome surgem graças ao contaminado meio ambiente em seu interior. Edifícios podem ser lugares insalubres e os mais chiques e moderninhos tendem a ser os mais perigosos. A OMS calcula que um terço dos novos e remodelados edifícios comerciais estejam doentes. Lá dentro, invisíveis, podem conviver ar de má qualidade com ventilação inadequada, produtos tóxicos liberados de carpetes e madeiras compensadas, fumaça de cigarros, temperatura ora fria, ora quente demais.
Esse cenário tenebroso para narizes e pulmões sensíveis começou a ser desenhado há cerca de trinta anos, quando a paisagem urbana foi tomada, principalmente nos países desenvolvidos, pelos chamados edifícios fechados. Sem janelas que se abram para o mundo externo, nos dias de calor, nem aquecimento a vapor, nos dias de frio, lá se respira ar condicionado climatizado que sai de autos distribuídos capilarmente por todas as dependências. "Edifícios fechados são ambientes potencialmente insalubres para trabalhadores do setor terciário", constata o médico do trabalho Davi Rumel, professor do Departamento de Epidemiologia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Rumel passou os últimos dois anos no Canadá, trabalhando numa equipe de estudos sobre poluição interna.
O grupo de Rumel era chefiado pelo canadense Theodor D. Sterling, um dos primeiros pesquisadores a se ocupar de edifícios fechados, ainda na década de 50. A lista das enfermidades em edifícios desse tipo é de deixar os cabelos em pé: dor de cabeça; irritação, secura, dor nos olhos e lacrimejamento; constipação e irritação nasal; dor e irritação na garganta; dificuldade respiratório e sensação de opressão; fadiga; letargia; secura, coceira e irritação na pele; dificuldade de concentração.
A síndrome não escolhe latitude ou longitude; ataca edifícios fechados, grandes ou pequenos, em qualquer país do mundo. Embora se alegasse que o controle do ar tornaria o ambiente interno livre de poluição e sujeira, funcionou tudo ao contrário. A Agência de Proteção Ambiental nos Estados Unidos detectou que o nível de poluição dentro de alguns edifícios chega a ser 100 vezes maior do que na rua. Trazer o ar para dentro do prédio exige um equipamento para aspirá-lo, do qual faz parte uma série de filtros que retém a sujeira. Só que tais filtros não são trocados com a freqüência ideal, e de tão sujos que ficam tornam-se um prato cheio para a proliferação de fungos e bactérias. É nada mais que a confirmação de uma lei da ecologia: em qualquer novo ambiente com substrato orgânico propício à aparição de vida, a vida será criada.
Existem pessoas que têm alergia ao trabalho. Volta e meia sentem dores de cabeça, de garganta, ficam resfriadas, faltam ao emprego. Aversão a serviço? Não, ao prédio. Desde 1983, quando a Organização Mundial da Saúde cunhou o termo Síndrome do Edifício Doente, esses sintomas mais parecidos com uma alergia a escritório passaram a ser considerados como doenças ocupacionais. Só que os doentes não são as pessoas, mas os prédios: os males da síndrome surgem graças ao contaminado meio ambiente em seu interior. Edifícios podem ser lugares insalubres e os mais chiques e moderninhos tendem a ser os mais perigosos. A OMS calcula que um terço dos novos e remodelados edifícios comerciais estejam doentes. Lá dentro, invisíveis, podem conviver ar de má qualidade com ventilação inadequada, produtos tóxicos liberados de carpetes e madeiras compensadas, fumaça de cigarros, temperatura ora fria, ora quente demais.
Esse cenário tenebroso para narizes e pulmões sensíveis começou a ser desenhado há cerca de trinta anos, quando a paisagem urbana foi tomada, principalmente nos países desenvolvidos, pelos chamados edifícios fechados. Sem janelas que se abram para o mundo externo, nos dias de calor, nem aquecimento a vapor, nos dias de frio, lá se respira ar condicionado climatizado que sai de autos distribuídos capilarmente por todas as dependências. "Edifícios fechados são ambientes potencialmente insalubres para trabalhadores do setor terciário", constata o médico do trabalho Davi Rumel, professor do Departamento de Epidemiologia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Rumel passou os últimos dois anos no Canadá, trabalhando numa equipe de estudos sobre poluição interna.
O grupo de Rumel era chefiado pelo canadense Theodor D. Sterling, um dos primeiros pesquisadores a se ocupar de edifícios fechados, ainda na década de 50. A lista das enfermidades em edifícios desse tipo é de deixar os cabelos em pé: dor de cabeça; irritação, secura, dor nos olhos e lacrimejamento; constipação e irritação nasal; dor e irritação na garganta; dificuldade respiratório e sensação de opressão; fadiga; letargia; secura, coceira e irritação na pele; dificuldade de concentração.
A síndrome não escolhe latitude ou longitude; ataca edifícios fechados, grandes ou pequenos, em qualquer país do mundo. Embora se alegasse que o controle do ar tornaria o ambiente interno livre de poluição e sujeira, funcionou tudo ao contrário. A Agência de Proteção Ambiental nos Estados Unidos detectou que o nível de poluição dentro de alguns edifícios chega a ser 100 vezes maior do que na rua. Trazer o ar para dentro do prédio exige um equipamento para aspirá-lo, do qual faz parte uma série de filtros que retém a sujeira. Só que tais filtros não são trocados com a freqüência ideal, e de tão sujos que ficam tornam-se um prato cheio para a proliferação de fungos e bactérias. É nada mais que a confirmação de uma lei da ecologia: em qualquer novo ambiente com substrato orgânico propício à aparição de vida, a vida será criada.
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