Xintoísmo é a religião japonesa primitiva que, desde tempos imemoriais, tem desempenhado um papel de grande importância dentro da cultura e história nipônicas. Relaciona-se, intimamente, com o caráter nacional japonês. A forte influência que exerce deve-se, em parte, à sua capacidade de coexistir harmoniosamente com outras religiões, especialmente o budismo. A religião xintoísta surgiu durante o período pré-histórico Yayoi, unindo o xamanismo nativo, o animismo e as crenças populares.
O xintoísmo é uma religião politeísta que venera um panteão de kami (deuses ou espíritos). Sua prática consiste em adorar, aplacar a ira do espírito ou, simplesmente, estabelecer relação com ele. As oferendas de comida consistiam, principalmente, de arroz, saquê, peixes, verduras e frutas. Estas cerimônias associavam-se aos ciclos das estações, refletindo as raízes agrárias do xintoísmo. As diferentes etapas da vida humana também eram marcadas por cerimônias.
Tradicionalmente, os xintoístas davam ênfase especial à pureza e sentiam grande respeito pela morte, doenças ou sangue. Quase tão importante quanto a pureza do corpo era a do coração.
Os xintoístas organizavam-se em grupos associados a seus santuários locais. Os primeiros lugares sagrados destacavam-se pela beleza natural. Somente anos mais tarde, os santuários transformaram-se em construções. Nelas havia um objeto que representava o corpo do kami. Não existe uma hierarquia unitária dentro da religião xintoísta e o sacerdócio se transmite de pai para filho.
Diferente da maioria das religiões, o xintoísmo não é uma revelação compilada em escritos considerados de inspiração divina. Os livros sagrados são descrições das práticas xintoístas, geralmente relatos. Existem compêndios de cerimônias, rituais e rezas antigas que servem às liturgias cerimoniais.
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