Spinoza, Baruch (1632-1677), filósofo
holandês. É considerado o mais importante representante moderno do panteísmo.
Era grande conhecedor das obras de Thomas Hobbes e de René Descartes. A
expressão mais completa de sua filosofia se encontra em sua Ética demonstrada
segundo a ordem geométrica (1674), em que afirma que o Universo é idêntico a
Deus, que é a “substância” incausada de todas as coisas. O conceito de
substância não se refere a uma realidade material, e sim a uma entidade
metafísica. Só dois atributos da substância são acessíveis à mente humana: a
extensão, ou o mundo das coisas materiais, e a racionalidade. O pensamento e a
extensão existem numa realidade última que é Deus, de quem dependem. A
causalidade não pode se dar entre objetos e idéias, que são substâncias
diferentes.
Spinoza explicou a singularidade das coisas, sejam elas objetos físicos
ou idéias, como modos particulares da substância. Os objetos particulares são
formas de Deus contidas no atributo da extensão; as idéias particulares são
formas de Deus contidas no atributo do pensamento. Deus é eterno e transcende a
todas as transformações. De acordo com sua metafísica, desenvolveu uma doutrina
da liberdade como um bem que só se pode alcançar no plano das essências, que são
atemporais, à diferença das existências. Somente no atemporal, somente pela
identificação com Deus, se obtém a imortalidade e, com ela, a paz. Rejeitou a
Providência e a liberdade da vontade e seu conceito de um Deus impessoal foi
recebido com hostilidade por muitos de seus contemporâneos.
Microsoft ® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001
Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.
Comentários