1 | INTRODUÇÃO |
Deus, o ser supremo, princípio gerador
do mundo nas religiões. Para o monoteísmo, um único Deus é o criador e origem de
todas as coisas existentes, sendo descrito com atributos de perfeição:
infinitude, imutabilidade, eternidade, bondade, conhecimento e poder.
Deus pode ser transcendente — isto é, estar acima do mundo — ou
imanente, presente em todo o universo. Nas grandes religiões monoteístas,
Deus é venerado como uno, como a suprema unidade criadora de todas as
coisas. O politeísmo ou crença em vários divindades, atribui a cada uma delas
influência nas diferentes ordens do universo.
Para o judaísmo, o ser humano foi feito à “imagem e semelhança” de Deus
(Jeová). A compreensão hebraica de Deus é essencialmente antropomórfica e inclui
a idéia de que Deus é rei, juiz e pastor.
O cristianismo assumiu o deus hebraico e, com o tempo, as escrituras
judaicas se tornaram no Antigo Testamento para os cristãos. No Novo testamento,
Jesus foi enaltecido como pastor divino, criando-se, assim, tensão com a
tradição monoteísta do judaísmo. A solução para o problema foi o surgimento da
doutrina - existente em outras crenças anteriores - de Deus trino, a Trindade. O
Espírito Santo — a igreja cristã ocidental afirma que o Espírito Santo provém do
Pai e do Filho enquanto a oriental garante proceder só do Pai, controvérsia do
filioque que deu origem ao cisma entre as igrejas cristã romana e cristã
ortodoxa. O Espírito Santo é a Graça e é sobrenatural e transcendente. Aliás,
quem encarna é o Filho, o que revela sua imanência.
Para o Islã, Deus é Alá, pessoal, transcendente e único. Sua
representação é proibida em qualquer forma de ser vivo. A principal crença
islâmica é a proclamação “Não há outro Deus senão Alá, e Maomé é seu único
profeta”.
No hinduísmo, o Ser sagrado éBrama, realidade única, eterna
e absoluta. São reconhecidos muitos deuses, mas todos são manifestações de
Brama. Os três deuses principais,encarregados da criação, preservação e
destruição, unem-se em Trimurti, ou os três poderes, antecedente da
Trindade cristã.
A Realidade Última, ou Ser Sagrado, constitui a ordem cósmica
impessoal. No budismo mahayana da China e do Japão, o próprio Buda foi
transformado em ser divino. O politeísmo se desenvolveu no Egito, Mesopotâmia,
Grécia e Roma, a partir da crença em várias forças espirituais: o animismo.
2 | FUNDAMENTOS PARA A CRENÇA EM DEUS |
Dependendo dos períodos históricos e culturais, as concepções de Deus
variam de forma considerável. Mas a fé em um Ser Sagrado predominou em quase todas as
sociedades. Entretanto, esta crença tem sido submetida a dúvidas através de
doutrinas como o ceticismo, o materialismo, ateísmo e outras formas de
descrença.
O teólogo do século XIII, São Tomás de Aquino, propôs cinco provas para
a existência de Deus que ainda são aceitas de forma oficial pela Igreja
Católica:
– a realidade da mudança requer um agente de mudança;
– a cadeia do acaso precisa basear-se numa causa primeira que não é
causada;
– os fatos contingentes do mundo (fatos que podem não ter sido como
são) pressupõem um ser necessário;
– Observa-se uma gradação nas coisas desde o ponto mais alto até o
mais baixo e isto aponta para uma realidade perfeita, no ponto mais alto da
hierarquia;
– a ordem e o desenho da natureza solicitam, como fonte, um ser que
possua a mais alta sabedoria.
Emmanuel Kant rejeitou e refutou os raciocínios de Tomás de Aquino,
sustentando a necessidade da existência de Deus como garantia de vida moral. Em
última instância, a crença em Deus é um ato de fé que necessita estar enraizado
na experiência pessoal.
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