1 | INTRODUÇÃO |
Holanda ou Países Baixos, limita-se ao norte e a oeste com o mar
do Norte, a leste com a Alemanha e ao sul com a Bélgica. Com Luxemburgo e a
Bélgica, formam o Benelux. As Antilhas Holandesas e Aruba também fazem parte do
país, que tem 41.526 km2 dos quais 6.500 km2 são de terra
avançada sobre o mar. A capital é Amsterdã.
2 | TERRITÓRIO E RECURSOS |
Grande parte do norte e do oeste do país encontra-se abaixo do nível do
mar, a chamada Holanda inferior. A leste e ao sul encontra-se a Holanda
superior, onde poucas vezes a altitude ultrapassa os 50 metros. As comportas,
diques, canais e moinhos de vento fazem parte de um sistema de drenagem da época
medieval. Sem um complexo de drenagem sistemático, a metade do país seria
inundada.
A linha costeira do mar do Norte é formada por dunas. No sudoeste, os
estuários dos rios formam deltas com inúmeras ilhas e canais. Devido ao Plano
Delta, lagos de água doce foram criados e algumas ilhas foram unidas. No norte,
o mar dividiu as dunas criando as ilhas Frísias ocidentais e, atrás, uma zona
alagadiça chamada de Waddenzee. Muito além das dunas, existe uma área abaixo do
nível do mar, protegida por diques, que se mantém seca graças ao contínuo
bombear mecânico. O antigo Zuiderzee, originariamente um estuário do rio Reno e
depois um mar interior, está sendo recuperado e uma parte se transformou em um
lago de água doce chamado Ijsselmeer.
Os principais rios são o Reno e seus afluentes, como o Waal e o Lek; o
Maas (um braço do Meuse); e o Schelde. Quase todos os grandes lagos naturais
foram secados.
O clima é marítimo temperado. A temperatura média em janeiro atinge
1,7ºC e, em julho, 17,2ºC. As precipitações médias anuais são de 760
milímetros.
A paisagem natural foi alterada pelo homem e as áreas de vegetação
natural são muito limitadas. Os animais de maior porte desapareceram, mas os
bosques de carvalho, faia, freixo e pinheiro estão protegidos.
3 | POPULAÇÃO E GOVERNO |
Os holandeses são, na sua maioria, descendentes dos francos, frísios e
saxões. A recente imigração foi importante: asiáticos, turcos, marroquinos,
habitantes de países europeus mediterrâneos e residentes do Suriname e das
Antilhas Holandesas.
Em 2001, a população é de 15.981.472 habitantes e a densidade
demográfica de 385 hab/km2,uma das mais concentradas do mundo. As
principais cidades são: Amsterdã, com 724.096 habitantes, a capital política do
país; Roterdã, com 598.521 habitantes; e Haia, a capital administrativa, com
445.279 habitantes.
O idioma oficial é o holandês; em Friesland, também se fala a língua
frísia. Os católicos constituem 33% da população holandesa e os protestantes
23%. Cerca de 39% da população não pratica qualquer religião (ver Arte e
arquitetura barrocas; Literatura holandesa; Literatura frísia; Arte e
arquitetura do Renascimento).
A Holanda é uma monarquia constitucional e hereditária com um sistema
de governo parlamentar. A Constituição de 1814 foi revista diversas vezes.
4 | ECONOMIA |
Desde o século XVI, as expedições marítimas, a pesca, o comércio e o
sistema bancário formam os principais setores da economia do país, tendo sido
criada uma base industrial muito diversificada. Em 1999, o produto interno bruto
era de 393,6 bilhões de dólares, equivalente a renda per capita de 24.910
dólares.
A agricultura é intensiva e altamente produtiva, gerando muitas
exportações. As pradarias e pastagens ocupam cerca de 50% da terra cultivável,
40% delas são dedicadas ao cultivo e o restante à exploração comercial de bulbos
e flores. A pesca é uma atividade comercial que continua sendo relevante.
Durante as décadas de 1950 e 1960, grandes reservas de gás natural
(produto exportável) foram descobertas. Há produção de petróleo e as indústrias
químicas e eletrônicas lideraram o crescimento industrial desde 1945.
5 | HISTÓRIA |
No século I a.C., os romanos conquistaram o território habitado pelos
frísios (uma tribo germânica) e por outras tribos germânicas e celtas. A paz e a
prosperidade perduraram por mais de 250 anos.
No ano 300, outras tribos germânicas chegaram. Até o ano 800, o
território formava parte do Império de Carlos Magno. Com a desintegração desse
império, a Holanda se integrou à Lotaríngia e, em 925, uma parte passou a
depender do Sacro Império Romano-Germânico. Ao longo dos séculos IX e X, os
vikings invadiram as zonas costeiras ao mesmo tempo em que aumentava o
poder da nobreza. Durante os séculos XII, XIII e XIV, cidades poderosas se
desenvolveram e o território tornou-se um importante centro comercial.
Através de casamentos, conflitos bélicos e manobras políticas, a
região passou às mãos dos duques de Borgonha durante o século XV. Em meados do
século XVI, a cidade estava sob o domínio do imperador Carlos V, que, em 1555,
cedeu o trono à Espanha e o governo da Holanda ao seu filho, Felipe II.
O descontentamento político entre a Holanda e a Espanha coincidiu com
o desenvolvimento da Reforma protestante, contra a qual Felipe II lutou
energicamente. O calvinismo se estendeu e, em 1566, propagaram-se revoltas por
todo o país. Para contê-las, Felipe II enviou tropas comandadas por Fernando
Álvarez de Toledo, duque de Alba, que deu lugar a outro levante, dessa vez
liderado por Guilherme I, o Silencioso, príncipe de Orange.
Em 1579, formou-se a União de Utrecht o que significou a divisão entre
as províncias do norte da Holanda, sob domínio dos protestantes e que, mais
tarde, se transformariam nas Províncias Unidas; e as do sul, na sua maioria
católicas, que depois formariam a Bélgica. Em 1581, as províncias da União de
Utrecht proclamaram sua independência e, com a ajuda dos ingleses, em 1588,
destruíram a Invencível Armada. Por volta de 1600, as tropas espanholas foram
expulsas das províncias da União de Utrecht. Após a trégua dos Doze Anos
(1609-1621), a guerra continuou até 1648. Por determinação do Tratado de
Münster, foi reconhecida a soberania da República das Províncias Unidas.
No século XVII, teve início uma época de grande prosperidade comercial
que coincidiu com a idade de ouro da arte holandesa (Rembrandt e Jan Vermeer).
Até meados do século, a Holanda era o principal poder comercial e marítimo da
Europa. A Companhia Holandesa das Índias Orientais, fundada em 1621, estabeleceu
colônias nas Índias Ocidentais (hoje Antilhas), no Brasil e na América do Norte
e, no Extremo Oriente, colônias nas Molucas, em Java ocidental e,
posteriormente, na atual Indonésia.
Apoiando-se nos Estados Gerais, Guilherme de Orange e seus filhos
governaram o país formando uma assembléia de representantes das sete províncias.
A República se dividiu por causa de um conflito religioso e político entre duas
facções da Igreja reformada (calvinista), arminianos e gomaristas, os quais
acabaram se impondo. A rivalidade comercial com os ingleses provocou as duas
guerras Anglo-holandesas (1652-1654 e 1664-1667). Os holandeses perderam Nova
Amsterdã (hoje Nova York) e receberam em troca a Guiana Holandesa (hoje
Suriname).
Após a Guerra de Sucessão Espanhola (1701-1714), as Províncias Unidas
foram dominadas pelo poder marítimo do Reino Unido e pela hegemonia militar da
França. Em 1795, tropas francesas apoiadas por holandeses, substituíram a
república das Províncias Unidas pela república de Batávia, que durou até
1806.
Por sua vez, Napoleão transformou o país no Reino de Holanda,
colocando seu irmão, Luís Bonaparte, na direção do governo. Em 1810, a Batávia
foi incorporada ao Império Francês e os britânicos se apoderaram de suas
colônias. Após a queda de Napoleão, o Congresso de Viena (1815) restaurou a
independência da Holanda, configurada como reino, que integrava os Países Baixos
austríacos (atual Bélgica). Em 1830, os belgas se rebelaram e estabeleceram sua
independência como estado soberano.
A segunda metade do século XIX foi marcada por uma liberalização do
governo holandês, influenciado pelas revoluções européias da década de 1840. A
Constituição de 1848 é a atual base do sistema democrático. Em fins do século
XIX, o sufrágio foi se estendendo e as pressões para a realização de uma reforma
social aumentaram, favorecida pelo auge de um Partido Trabalhista forte e pela
organização dos trabalhadores nos sindicatos.
De 1880 a 1914, a Holanda desfrutou de prosperidade econômica, o que
terminou com a Primeira Guerra Mundial. O país permaneceu neutro, mas sua
economia sofreu um duro golpe. As conseqüências econômicas se viram agravadas
pela depressão de 1930.
Na Segunda Guerra Mundial, a Holanda novamente proclamou sua
neutralidade, mas os alemães invadiram o país em 1940. Houve grandes danos e o
pós-guerra foi marcado pelos esforços para a reconstrução do país. A nação foi
membro fundador, em 1952, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço,
participando de inúmeros organismos internacionais. Os últimos anos da década de
1940 e princípio da década de 1950 foram economicamente difíceis, com governos
dominados pelo Partido Trabalhista. Em 1949, transferiram formalmente a
soberania para o governo indonésio das Índias orientais, excluindo a Nova Guiné
da Holanda, que permaneceu sob controle holandês até 1962. Em 1954, o Suriname e
as Antilhas Holandesas se tornaram membros do Reino da Holanda.
O Partido Popular Católico chegou ao poder em 1959, mantendo seu
domínio na Câmara dos Deputados nas eleições de 1963 e 1967. Após o surgimento
de uma coalizão conservadora que governou em 1972, constituiu-se um governo de
transição e, em 1973, uma nova coalizão elegeu como primeiro-ministro o
dirigente do Partido Trabalhista, Joop den Uyl. Quando o Suriname alcançou a
independência em 1975, a afluência de imigrantes agravou os problemas
econômicos.
Nas eleições de 1977, Andreas van Agt, um democrata-cristão, foi
eleito primeiro-ministro. Em 1980, a princesa Beatriz assumiu o trono após a
abdicação de sua mãe, a rainha Juliana. Nas eleições parlamentares de 1982,
venceu uma nova coalizão democrata-cristã, que ficou no poder até 1994.
Em 1983, foi acordado que Aruba se tornaria um território separado,
dentro do Reino da Holanda durante dez anos e que, a partir de 1996, alcançaria
a independência, mas em 1994 decidiu-se ampliar esse período. Nas eleições
gerais de 1994, atribuiu-se a derrota dos democrata-cristãos ao desemprego e aos
cortes nos gastos sociais. O Partido Trabalhista obteve maioria no Parlamento e,
mesmo com a perda de votos, formou-se uma coalizão com o Partido Popular de
direita e com o grupo de centro-esquerda, Democracia 66. As propostas da nova
coalizão estabeleciam mais cortes nos gastos sociais e uma importante redução
nos gastos com a defesa.
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