Enquanto os smartphones se tornam cada vez mais populares, aumentam também as ameaças à segurança dos dados de quem usa o celular em conexões de internet. O perigo é maior com o acesso a redes Wi-Fi públicas – disponíveis em cafés, shoppings, restaurantes, etc -, já que por meio delas o usuário pode ter informações bancárias roubadas ou até perder o controle do aparelho.
De acordo com especialistas, essas conexões wireless abertas são um prato cheio para hackers – que podem roubar informações sigilosas (de bancos, senhas de cartões, e-mails, perfis de redes sociais), arquivos pessoais (fotos, vídeos, mensagens SMS) ou passar a comandar à distância o aparelho.
Segundo o professor de segurança da informação da Faculdade de Tecnologia Fiap Ricardo Giorgi, se o usuário não conhece bem a segurança da rede pública, é melhor não usá-la. “Além de ter acesso e roubar todos os seus dados disponíveis no celular, o hacker pode tomar o controle do seu aparelho remotamente. Com isso, ele consegue gravar suas ligações, mandar mensagens se passando por você e até ligar sua câmera e filmar. Você tem a posse do equipamento, mas ele não é mais seu. Quem controla é outra pessoa”, diz ele, lembrando que isso pode ocorrer também com notebooks ou tablets.
Ele alerta que o risco é ainda maior em infraestruturas sem os devidos cuidados de criptografia (redes onde os dados não circulam de forma codificada). “Se uma rede Wi-Fi não pede senha local para conexão, então ela não é criptografada e nem um pouco segura. Tudo o que você usar por ela – e-mail, banco, compras pela internet – produzirão dados que poderão ser vistos por todos que compartilham a rede”, completa.
Outro cuidado essencial é colocar senha no próprio smartphone e não manter conteúdo sigiloso no celular.
“Com uma senha, de preferência criptografada, vai ficar mais difícil a invasão. Além disso, periodicamente faça um backup do aparelho, apagando históricos e transferindo fotos e arquivos importantes para um cartão de memória ou computador seguros”, afirma o consultor em segurança da informação Jeferson D’Addario, também sócio-diretor da Daryus Education Center, que oferece curso de pós-graduação em Investigação de Fraudes e Forense Computacional.
O especialista em sistemas de informação e professor de ciências da computação da Universidade Guarulhos (UnG), Erwin Alexander Uhlmann, lembra ainda que é importante manter o perfil como invisível ao acessar redes públicas. “Os aparelhos dão essa opção e o ideal é entrar na rede selecionando ‘não visível a todos’ ou ‘não compartilhar arquivos’ – opções que também devem ser escolhidas ao ligar o bluetooth do celular”, explica ele.
Uhlmann aponta que os sistemas de segurança dos smartphones são mais vulneráveis em relação ao computador comum. “Só um celular em cada 50 tem antivírus e firewall, o filtro que protege o aparelho. É muita fragilidade”, diz. “O iPhone tem um sistema de segurança mais avançado. Os que usam Android também podem ter uma certa segurança. Mas os que se baseiam em Windows podem correr mais riscos.”
Segundo os últimos números da Internacional Data Corporation (IDC), cerca de 9 milhões de smartphones foram vendidos no Brasil em 2018, ante 4,8 milhões em 2017.
Comentários