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Ugo Giorgetti - Final

Por que, em seus filmes, a maior parte das cenas se passa em ambientes fechados, dentro de um único cenário? Por falta de dinheiro, basicamente. Quer dizer, há outras razões. Mas é aí que está toda a criatividade. A criatividade não está em fazer um filme, mas em fazer o melhor filme possível dentro de um dinheiro que você supõe que vai conseguir. Por exemplo, em Festa, eu sabia que não ia encontrar no mercado mais de 250 mil dólares. Naquela época, em 1988, era uma loucura fazer cinema: não tinha nenhuma lei de incentivo, e a Embrafilme agonizava. É evidente que você pode fazer um filme com 250 mil dólares, um filme porquíssimo. Mas algo tecnicamente razoável, isto é, num nível internacional de cinema, só é possível se você controla a produção muito bem. E o lugar onde se tem o controle total é o estúdio. Fora do estúdio, tudo fica muito complicado, o diretor se defronta com o imponderável. No estúdio, há os imprevistos, mas eles são menores e mais controláveis. Boleiros também se pas

Ugo Giorgetti - Parte 1

BRAVO! : O que o motivou a fazer Boleiros? UGO GIORGETTI : Talvez eu tenha começado a pensar nesse filme aos cinco anos de idade, quando passei a gostar de futebol. O futebol é a única coisa que percorre a minha vida inteira, que eu não abandonei e que não me abandonou. Por isso, Boleiros talvez seja o meu filme mais natural. É uma tentativa de investigar quem são essas pessoas que jogam bola e que ocupam tanto do nosso imaginário, do nosso cotidiano. Vemos o espetáculo, mas conhecemos muito pouco do ator. Na verdade, essas pessoas jogam futebol fora do campo. Obviamente, você vai ver nesse filme algumas incursões dentro de campo, mas verá mais o que os jogadores são fora de campo. Em última instância, o filme é uma tentativa de investigar quem nos somos. Ao fazer filmes que expressam uma preocupação com o universo do homem comum você não vai na contramão do cinema brasileiro, que costuma se interessar pelos grandes temas e personagens da literatura e da história? Não sei s

De cima e de baixo

O espanto provocao pela confirmação, no Datafolha, da estabilidade de Lula em vigorosos 48% de aprovação levou, como de hábito, ao Bolsa Família. Em síntese, a maioria dos comentários deduziu que, nas classes da carência, o efeito favorável do programa não se abala nem com a ineficiência do governo exibida no longo "apagão aéreo", incluída a tragédia de Congonhas. É uma dedução linear, mas, se não suscita contestação, sua persistência sugere algumas ressalvas. Em relação à crise aérea, por exemplo, uma constatação simples pode facilitar certas compreensões. O que tem acontecido nos saguões dos aeroportos, nos últimos meses, acontece todos os dias da vida toda da maioria carente nos hospitais públicos, nas filas e nos saguões do INSS, nas paradas de ônibus do "rush", nos trens que trazem e devolvem rebanhos humanos às cidades-dormitórios. Não é lógico, e não é justo, esperar que essa maioria mudasse de opinião sobre a fonte do seu benefício, ao ver na TV, se viu, a e

O QUE É O NIRVANA?

É um conceito básico da religião budista e a meta máxima da prática espiritual dos seus seguidores. "O nirvana é um estado de paz e tranqüilidade alcançado através da sabedoria", diz a monja Coen Murayama, da Comunidade Zen-Budista de São Paulo. A palavra nirvana vem de nibbana, que quer dizer "extinguir, apagar" em páli, uma língua morta parecida com o sânscrito. Dentro do budismo esse conceito pode ser usado em várias situações, como para designar a morte. Costuma-se dizer, por exemplo, que Buda, o fundador da religião, entrou em pari-nirvana, ou na tranqüilidade final, ao deixar sua vida terrena. Os budistas também acreditam que quando uma pessoa chega ao fim do samsara existência cíclica de renascimentos e sofrimentos a que todos os seres estão sujeitos ela alcança o nirvana. Para chegar a esse estado de total paz interior, os praticantes da religião se dedicam à meditação e buscam seguir no dia-a-dia vários ensinamentos que se caracterizam pela correção do modo

Papel de Parede