Veja - Após sessenta anos de teatro, qual peça não deu para esquecer? PRADO - São muitas. Uma lembrança que sempre vem em primeiro lugar é Um Bonde Chamado Desejo, a que assisti em 1958, em Nova York. Marlon Brando, muito jovem, fazia o principal papel masculino. Jessica Tandy era sua cunhada, meio louca, que acaba sendo estuprada. O texto, de Tenessee Williams, era ótimo, uma visão de realidade que não era naturalista, mas transformada pela sensibilidade do autor, num estilo que se pode chamar de realismo poético. Marlon Brando tinha um desempenho impressionante, inclusive pelo físico de atleta. Jessica Tandy já exibia aquele talento enorme que sempre se viu no cinema, até como a senhora de Conduzindo Miss Daisy. Um grande espetáculo deixa você emocionado, depois quer ficar em pé e bater palmas. Essa encenação era assim. Veja - Qual o grande espetáculo brasileiro? PRADO - A Moratória, de Jorge Andrade, numa direção de Gianni Ratto, em 1955. Era deslumbrante. Trouxe vários ator