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O Prazer (ainda é) um Escândalo

Imagine que sua filha, de 15 ou 16 anos, peça para dormir com o namorado, em casa. Você não está a fim de encontrar esse cara de pijama no café da manhã do dia seguinte. Talvez você também pense que não é bom eles terem uma paródia de vida de casal, sem as responsabilidades básicas de quem trabalha e se sustenta. Mas é possível que, como muitos pais paulistanos, você acabe cedendo por uma questão de segurança: melhor que sua filha passe a noite em casa, ao abrigo. Mesmo assim, você quase certamente colocará uma condição: pode, mas só se for mesmo o namorado --e namorado há um bom tempo. De novo, é uma questão de segurança: você não quer que ela introduza na sua casa alguém que ela mesma mal conhece. Mas há mais: sua exigência manifesta a ideia de que muito, se não quase tudo, é permitido, À CONDIÇÃO de que ela esteja apaixonada, ou melhor, À CONDIÇÃO DE QUE ELES estejam apaixonados. Desde Romeu e Julieta, nós, pais, aprendemos a respeitar a autonomia do indivíduo em matéria de s

Humor do Semestre

Artigo do Bimestre

Será verdade que "a gente colhe aquilo que planta?" Será que os filhos são mesmo o produto da educação que seus pais lhes proporcionaram? Será que o resultado de nossas empreitadas profissionais dependem apenas do nosso empenho e dedicação? Há outras variáveis que interferem? Gostamos de imaginar que exista uma conexão direta entre esforço, intenção e resultado. Porém, a vida nos mostra que isso  não é verdadeiro. Muitas são as variáveis que influenciam o resultado da educação dos filhos, assim como das empreitadas profissionais. Somos apenas uma delas. Não gostamos de ver que temos controle limitado sobre o que nos acontece e sobre os resultados dos nossos esforços. Porém, essa é a verdade.

Artigo do Mês

As mudanças são, muitas vezes, prejudicadas pela culpa: uma pessoa não consegue dizer "não" por pensar que isso gerará grande dor no outro. Muitas vezes uma pessoa não muda por vaidade: uma pessoa generosa continua a abrir mão de seus direitos para ser admirada por ser "virtuosa". Acho que a emoção que mais impede todo tipo de mudança é o medo: as situações novas nos assustam porque podem nos ca usar sofrimento e dor. Por medo de um eventual sofrimento, nos acomodamos em inúmeras "zonas de (des)conforto": mantemos um casamento doloroso por medo da solidão! Para mudar é preciso coragem: uma enorme força que deriva da razão que, sendo mais intensa do que o medo, nos permite chegar onde queremos. Graças à coragem conseguimos romper com a forma como tradicionalmente nos comportamos: ousamos experimentar novas formas de pensar e de agir.

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Enviado pelo meu Windows Phone

Entrevista da Quinzena: Cineasta Hilton Lacerda

Ao receber o Kikito de melhor filme, em seu discurso, você disse que Tatuagem é um filme feito a partir das suas experiências e que, apesar de se passar em 1978, fala de um mundo "que está acontecendo". Que reflexões sobre os dias atuais o filme pretende trazer? Quando falei da minha vida, me referi às experiências que vivi de perto. Em 78, eu tinha 13 anos e foi quando comecei a ter um olhar mais autônomo em relação à vida. E todos aqueles personagens e toda a narrativa do filme estão imbuídos dessa experiência. Ao me debruçar sobre 78, não lancei um olhar saudosista, no sentido de só mostrar pessoas felizes. Naquele momento, rolava uma expectativa das coisas acontecerem, das coisas mudarem, das coisas darem certo. E depois, nos anos 80, veio uma crise muito pesada, um retrocesso, que se acentuou um pouco nos anos 90 e chegou nos dias de hoje. Dentro da narrativa, existe uma ideia de construção de futuro, e isso é uma tentativa de fazer uma reflexão sobre o presente, sobr

Artigo da Semana

Aqueles que não buscarem entender as mudanças que estão acontecendo no plano das relações afetivas sofrerão decepções e desgostos sucessivos. Hoje somos mais exigentes de qualidade de vida, menos preparados para sofrimentos e, com razão, intolerantes àqueles que podem ser evitados. Uma das causas que tem tornado o convívio amoroso mais exigente é o cotidiano dos solteiros: a qualidade de vida de les está cada vez melhor. Penso que só serão duradouros os elos amorosos capazes de gerar uma qualidade de vida mais gratificante do que o modo de vida dos solteiros. Sempre existirão diferenças significativas entre os membros de um casal: a individualidade crescente pede respeito por elas e não concessões.