PRAGA - Seria difícil encontrar lugar mais apropriado para um Museu do Comunismo do que porta a porta com um McDonald's, no caso a loja da Na Prikope, o calçadão de Praga que fica ao pé da praça Venceslau, o local das manifestações populares. Afinal, a rede McDonald's é um dos mais luminosos símbolos do capitalismo que, na antiga Tchecoslováquia, derrotou o comunismo faz 23 anos. Mas, se eu fosse autoridade tcheca, tomaria certas cautelas antes de relegar o comunismo a um museu. Afinal, o Partido Comunista da Boêmia e Morávia (KSCM, da sigla em tcheco) acaba de obter nas eleições regionais de outubro sua maior porcentagem desde o desterro para o museu. Ficou com 20,4%, muito perto dos 24% do CSSD, o partido socialdemocrata, ambos escandalosamente à frente do partido que ora governa a República, o ODS (Partido Cívico Democrático), que recolheu apenas 12,3% dos votos. É natural nessa situação que se fale abertamente nos incontáveis cafés que enfeitam a agradável capital tcheca