Segundo a tradicional medicina chinesa, a acupuntura atua sobre os canais de energia (ou meridianos) que percorrem o nosso corpo. A doença ocorre quando há bloqueio do fluxo de energia em determinados pontos, como se fossem pedras ou galhos acumulados num riacho, impedindo o curso d´água. As agulhas, então, estimulam pontos que eliminam os bloqueios, levando à cura.
À luz da ciência ocidental, descobriu-se que existe mesmo relação entre as agulhadas e os sistemas nervosos central e periférico e com vários tipos de neurotransmissores. O doutor Marcius Mattos Ribeiro Luz, mestre do setor de Acupuntura do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo, explica: "Dependendo do ponto em que se insere a agulha e da maneira como ela é inserida (essa inserção varia de intensidade, freqüência e pode ser acompanhada de movimento giratório), estimula-se um ponto específico do cérebro, provocando uma reação". Segundo o doutor Marcius, que também é autor do livro O Que o Paciente Deve Saber Sobre Acupuntura, essa reação pode ser, por exemplo, a liberação de serotonina, um neurotransmissor que bloqueia a dor.
As pesquisas recentes, portanto, concluem que os chineses estavam certos há milênios. "Algumas áreas da pele, comparadas com regiões adjacentes, apresentam melhor condutibilidade elétrica por diminuição de resistência", diz o doutor Marcius. "Essas áreas são coincidentes com a descrição clássica dos pontos de acupuntura."
Comentários