Epistemologia é o ramo da filosofia que trata dos problemas que envolvem a teoria do conhecimento. Ocupa-se da definição do saber e dos conceitos correlatos, das fontes, dos critérios, dos tipos de conhecimento possível e do grau de exatidão de cada um, bem como da relação real entre aquele que conhece e o objeto conhecido.
No século V a.C., os sofistas gregos questionaram a possibilidade de haver um conhecimento objetivo e confiável. Por outro lado, Platão defendeu a existência de um mundo de formas ou idéias, invariáveis e invisíveis, sobre as quais seria possível adquirir um conhecimento exato e verdadeiro mediante o raciocínio abstrato das matemáticas e da filosofia. Na mesma linha, Aristóteles afirmava que quase todo conhecimento deriva da experiência, da observação cuidadosa e da estrita adesão às regras da lógica.
Do século XVII ao fim do século XIX, a questão central da epistemologia foi o contraste entre razão e o sentido da percepção como meio para a aquisição do conhecimento. Para os racionalistas, a fonte principal e prova final do conhecimento era o raciocínio dedutivo, baseado em princípios evidentes ou axiomas. Para os empiristas, porém, era a percepção. No início do século XX, os autores fenomenológicos afirmaram que os objetos de conhecimento são os mesmos que os objetos percebidos. Os neo-realistas, por sua vez, sustentaram que temos percepções diretas dos objetos físicos, ou partes dos objetos físicos, em vez dos estados mentais pessoais de cada um. Os realistas críticos adotaram uma posição intermediária, mantendo que, embora se percebam apenas dados sensoriais, como as cores e os sons, estes representam objetos físicos, sobre os quais trazem conhecimento.
Em meados do século XX, surgiram duas escolas de pensamento, ambas com débito para com o filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Uma delas, a escola do empirismo ou positivismo lógico, afirma que só existe um tipo de conhecimento: o científico. A última destas escolas de pensamento mais recentes, englobadas no campo da análise lingüística (ver Filosofia analítica), parece romper com a epistemologia tradicional, centrando-se no estudo do modo real pelo qual se utilizam os termos chave da epistemologia — como conhecimento, percepção e probabilidade — visando a formular regras definitivas para seu uso e, assim, evitar confusões verbais.
Comentários