1 | INTRODUÇÃO |
Astronomia, ciência que se ocupa dos
corpos celestes do Universo, incluindo os planetas e seus satélites, os cometas
e meteoritos, as estrelas e a matéria interestelar, os sistemas de estrelas
chamados galáxias e os agrupamentos de galáxias.
A astronomia moderna se divide em vários ramos: a astrometria, o estudo
mediante a observação das posições e os movimentos daqueles corpos celestes; a
mecânica celeste, o estudo matemático de seus movimentos explicados pela teoria
da gravidade; a astrofísica, o estudo de sua composição química e sua condição
física mediante a análise espectral e as leis da física; e a cosmologia, o
estudo do Universo como um todo.
2 | ORIGENS NA ANTIGÜIDADE |
A curiosidade dos povos antigos pela alternância do dia e da noite, o
Sol, a Lua e as estrelas levou-os a concluir que os corpos celestes parecem
mover-se de forma regular e que esse fato é útil para definir o tempo e a
direção de quem se movimenta sobre a Terra. A astronomia permitiu às primeiras
civilizações a superação dos problemas que as inquietavam, como a necessidade de
estabelecer com precisão as épocas adequadas para semear e colher e para as
celebrações, assim como a necessidade de orientação em longas travessias e
viagens.
Diversos povos antigos, como os egípcios, maias e chineses,
desenvolveram mapas das constelações e calendários de grande utilidade, mas
foram provavelmente os babilônios os que mais contribuíram para a astronomia na
Antigüidade. Estudaram o Sol e a Lua e passaram a designar como começo de cada
mês o dia seguinte ao aparecimento da lua nova. Criaram cálculos para predizer a
lua nova e, portanto, o dia em que começaria um novo mês. Também calculavam as
posições planetárias.
3 | ASTRONOMIA GREGA |
Os gregos também fizeram importantes contribuições astronômicas. A
Odisséia de Homero traz referências a constelações como a Ursa Maior,
Órion e as Plêiades e descreve como as estrelas podem servir de guia para os
navegantes. O mais original dos antigos observadores gregos foi Aristarco de
Samos. Ele acreditava que os movimentos celestes podiam ser explicados pela
hipótese de que a Terra gira sobre seu eixo uma vez a cada 24 horas e que, junto
com os demais planetas, gira em torno do Sol. Essa explicação foi rejeitada pela
maioria dos filósofos gregos, que consideravam a Terra um globo imóvel o redor
do qual giravam os demais objetos celestes. Essa teoria, conhecida como sistema
geocêntrico, permaneceu inalterada por 2 mil anos.
No século II d.C., os gregos combinavam suas teorias com observações
desenhadas em mapas. Hiparco e Ptolomeu determinaram as posições de cerca de mil
estrelas brilhantes e utilizaram esse mapa como base para medir os movimentos
planetários. Uma pensadora que, como Ptolomeu, manteve viva a tradição da
astronomia grega em Alexandria nos primeiros séculos da era cristã foi Hipácia
(370?-415), discípula de Platão. Escreveu comentários sobre temas matemáticos e
astronômicos e é considerada a primeira cientista e filósofa do Ocidente.
4 | DE COPÉRNICO A NEWTON |
No século XVI, como resultado das contribuições do polonês Copérnico, a
astronomia experimentou uma reviravolta. Copérnico mostrou que os movimentos
planetários podem ser melhor explicados quando se atribui uma posição central ao
Sol e não à Terra. Seu sistema, batizado de heliocêntrico, recebeu pouca
atenção, até que Galileu encontrou provas para defendê-lo. Ele observou pelo
telescópio as fases de Vênus, o que indicava que esse planeta gira ao redor do
Sol. Também descobriu quatro luas ao redor de Júpiter e, convencido de que ao
menos alguns corpos não giravam ao redor da Terra, começou a falar e escrever em
favor do sistema de Copérnico.
Os trabalhos do dinamarquês Tycho Brahe e de seu assistente alemão
Johannes Kepler afirmaram que as órbitas descritas pelos planetas ao redor do
Sol são elípticas e não circulares, como acreditava Copérnico. Kepler formulou
as leis do movimento planetário com base nessa afirmação.
No século XVIII, o físico britânico Isaac Newton formulou um princípio
simples para explicar as leis de Kepler: a força de atração entre o Sol e os
planetas. Essa força, que depende das massas do Sol e dos planetas e das
distâncias entre eles, proporciona a base para a explicação física das leis de
Kepler. À formulação matemática de Newton denomina-se lei da gravitação
universal.
5 | ASTRONOMIA MODERNA |
Depois de Newton, a astronomia se ramificou em diversas direções.
Telescópios aperfeiçoados permitiram a exploração das superfícies dos planetas,
a descoberta de estrelas de pouco brilho e a medição das distâncias estelares.
No século XIX, um novo instrumento, o espectroscópio, trouxe informações sobre a
composição química dos corpos celestes e seus movimentos (ver
Espectroscopia). No século XX, foram construídos telescópios de reflexão
cada vez maiores, que permitiram estudar a estrutura de galáxias e seus
agrupamentos. Na segunda metade do século, os avanços na física proporcionaram
novos tipos de instrumentos astronômicos, alguns dos quais foram instalados em
satélites que funcionam como observatórios em órbita da Terra. Com eles, os
astrônomos estudam não apenas planetas, estrelas e galáxias, mas também plasmas
(gases ionizados) que rodeiam as estrelas duplas; regiões interestelares onde
nascem novas estrelas; grãos de pós invisíveis aos telescópios ópticos; núcleos
energéticos que podem conter radiação de fundo de microondas e buracos negros
que podem dar informações sobre as fases iniciais da história do universo.
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