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Sexto sentido dos tubarões, você conhece?


 

Sexto sentido dos tubarões, você  conhece?

Antecipadamente, tubarões e raias são tipos de peixes que têm muito em comum. Contudo, os dois estão ameaçados em escala global. Ambos são da classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos que incluem as quimeras). E, são ainda, parte da subclasse Elasmosbranchii. Mas, você conhece o sexto sentido dos tubarões? E sabe que os animais passam por severa ameaça global? Dois são os motivos. O aquecimento, e possível extinção em massa da vida marinha, conforme comentamos. Assim como, a bestialidade da pesca mundial. Ela mata entre 70 a 100 milhões de tubarões por ano.

O animal marinho mais que perfeito

Acima de tudo, tubarões enfrentaram extinções e resistiram. São animais que dominam os mares há, pelo menos, cerca de 450 milhões de anos. Tudo neles é especial. Da forma perfeita, às características da pele entre tantas outras qualidades. E, claro, o sexto sentido.

A pele dos tubarões

A pele única, tem propriedades de redução de arrasto. Isso permite que  deslize mais facilmente na água.

É tão especial que pesquisadores se inspiraram para criar estabilizadores horizontais mais aerodinâmicos para aeronaves.

Em 2018, a revista científica Journal Of The Royal Society Interface, publicou Shark skin-inspired designs that improve aerodynamic performance (Designs inspirados na pele de tubarão melhoram o desempenho aerodinâmico).

Audição

Também muito boa. Seu ouvido interno,  responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, fica atrás e acima do olho. Além disso, tem três canais semicirculares. Em consequência, detecta vibrações a longas distâncias.

Do mesmo modo, um  tubarão pode ouvir o som de um peixe debater-se a uma distância de 250 a 650m.

Olfato e visão

Em primeiro lugar, tubarões têm sentidos olfativos altamente desenvolvidos. O olfato é, provavelmente, o  mais importante.  Tão aprimorado que são capazes de detectar um mililitro de sangue (ou outros líquidos como urina) em um milhão de mililitros de água!

Smithsonian Institute, ‘Os tubarões têm sentidos altamente refinados: olfato, audição, tato, paladar, visão, acima de tudo,  eletromagnetismo. Esses sentidos são, na maioria, atraentes a um corpo elegante em ótimo formato  para caçadores’. 

Formato corporal ou hidrodinâmica

Conta, o seaworld.org, ‘Os tubarões, normalmente, têm corpo fusiforme alongado (arredondado e afilado nas extremidades). Sua forma reduz o arrasto e requer um mínimo de energia para nadar. A natação é essencial para a flutuabilidade’.

A evolução dos tubarões, fósseis vivos dos oceanos, você sabia?

History Museum: ‘os tubarões existem há centenas de milhões de anos, aparecendo no registro fóssil (megalodon), antes ainda, das árvores existirem há 450 milhões de anos. Por isso, sobreviveram a cinco extinções em massa‘.

Reprodução

Existem tubarões ovíparos (põem ovos), ovovivíparos (retêm os ovos no oviduto) e, algumas espécies, (poucas), vivíparas (quando o tubarão é desenvolvido dentro do útero).

O sexto sentido de tubarões e raias: as ampolas de Lorenzini

Alguns dos principais predadores do oceano, tubarões têm sentidos extras que os ajudam a localizar e rastrear presas. 

Eles têm a capacidade de detectar os campos elétricos mais tênues gerados por todos os organismos vivos.

Esse significado, há muito incompreendido, emana de poros dispersos no focinho do animal chamados ampolas de Lorenzini.


Um médico e ictiólogo italiano no século 17

Saiba que, Stefano Lorenzini, médico e ictiólogo italiano nasceu em Florença por volta de 1652. Ele foi o primeiro a se interessar pelas inúmeras cavidades ao redor da boca de tubarões e raias. Assim, descobriu que eram poros, não manchas.

Acima de tudo, em 1678 Lorenzini observou raios elétricos. Ao mesmo tempo, ele se concentrou nesses poros estranhos. Assim, se propôs a descrevê-los.

Como resultado, estabeleceu que os poros levavam a tubos transparentes. Mas, não entendia por quê. Contudo, deve-se lembrar que em seu tempo ainda não sabíamos nada sobre eletricidade. Relembrando, corriam nos anos do século 17.

Os esboços e anotações que ele fez retratam, portanto, a estrutura tubular que estende esses poros e termina em uma pequena bolsa bulbosa (a ampola). É desta bolsa que  emerge um nervo.

Contudo, embora não tenha identificado sua utilidade o médico foi considerado o descobridor desses órgãos batizados “Ampolas de Lorenzini”.

Demorou quase três séculos para entenderem…

Entretanto, demorou até 1960 para se entender a capacidade das ampolas em atuar como receptores sensíveis a campos elétricos. A descoberta foi do biólogo britânico R. Murray. Foi ele quem destacou o papel desses órgãos sensoriais.

As ampolas de Lorenzini consistem em tubos preenchidos com uma espécie de geleia. Essa substância é condutora, e permite que o potencial elétrico seja transferido da abertura do poro para o bulbo que fica na base do tubo.


Consequentemente, como a ampola é revestida com células eletrorreceptoras, as diferenças de voltagem através da membrana provoca a ativação dos nervos. E, principalmente, enviam sinais ao cérebro.

Antes de tudo, a geleia eletrocondutora é considerada o material biológico mais condutivo identificado até agora. A excepcional nitidez que proporciona constitui um sexto sentido para tubarões e, também, às raias.

Sensíveis a décimos de grau Celsius

Esta é outra característica de tubarões. Ela é proporcionada pelas ampolas, órgãos sensoriais   sensíveis à temperatura, e suas flutuações.

Primordialmente, são os tubos que fazem a junção entre os poros (e as ampolas). Tubarões são equipados com receptores de outro tipo, novamente, com extraordinária precisão. Isso torna o animal sensível a décimos de grau Celsius, você, pode imaginar esta máquina?

Como tubarões (e raias) encontram suas presas?

A princípio, é simples, caro leitor. A sensibilidade do sexto sentido é de um milionésimo de volt. Simplesmente, detecta 0,5 microvolt por metro (0,5 μV/m). Uma bateria de 1,5 volts fornece ao animal uma fonte elétrica que pode sentir a mais de 1.000 quilômetros de distância.

Por exemplo, além da utilidade das ampolas de Lorenzini para a detecção de presas esses órgãos  têm um alcance muito difícil de imaginar.

Do mesmo modo, os cientistas ainda estão no início das pesquisas sobre os campos elétricos. Mas, sabe-se que são importantes o suficiente para os tubarões percebê-los e, principalmente, interpretá-los.

Tubarões e raias, sem bússola para se orientarem…

Contudo, estes peixes não precisam de uma bússola para se orientarem. Desse modo, suas jornadas de milhares de quilômetros não devem nada ao acaso, ao contrário.

Acima de tudo, tubarões dependem deles para orientação e movimento. Seu próprio campo elétrico, induzido pelo corpo, tem uma assinatura magnética. Ela, é a única que interfere nos campos (elétricos) dos oceanos.

Assim, as ampolas de Lorenzini são usadas para localizar e capturar presas. Elas detectam a eletricidade que todos os seres vivos produzem. Tubarões (e raias) podem, por isso, identificar presas distantes, bem como, aquelas que acreditam estar abrigadas, camufladas em fundos arenosos.

O batimento cardíaco e a respiração dos seres vivos cria um campo elétrico. Graças à precisão de suas ampolas, o tubarão percebe cada uma das  contrações musculares. Isso permite acompanhar, ao mesmo tempo, sem ver os movimentos dos animais que o cercam.

Consequentemente, se caça em águas turvas e, ainda mais, em grandes profundidades onde a visibilidade é zero ou, durante a noite, pode contar com o infalível sexto sentido.

Sistema de linha lateral

Ainda mais, o tubarão tem outro sistema avançado independente das ampolas. Trata-se do canal da linha lateral, ligado a poros maiores. A princípio, sua função é perceber correntes marítimas e variações de pressão entre outras.

Assim, o tubarão identifica os movimentos precisos dos animais que estão em um raio de 20 metros. Então, assista ao vídeo abaixo que explica a diferença entre as ampolas de Lorenzini e o canal da linha lateral.

Tubarões têm outras especialidades…

Por exemplo, a bioluminescência,  especialidade de certas espécies. Em outras palavras, a produção de luz através de uma reação química por organismos vivos é um fenômeno comum entre a vida marinha. Recentemente, aconteceu o primeiro registro em três espécies de tubarões.

Reflexão final

Posto isto, quero dizer uma coisa, quanto mais estudo, tanto mais aprendo sobre a vida marinha, por isso, fico ainda mais impressionado com a sandice da indústria mundial da pesca seus subsídios insustentáveis e, nosso estilo de vida.

Afinal, como é possível que a pesca industrial mate entre 70 a 100 milhões de animais em razão de uma sopa insípida?

Custo a acreditar que a primeira, coloque em risco de extinção um predador tão especial que por suas qualidades escapou de cinco extinções, cinco!

Já, a segunda, tal qual a primeira, pode provocar o colapso da vida marinha em razão do excesso de gases de efeito estufa.

E agora?

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