Marx nas margens: nacionalismo, etnias e sociedades não ocidentais Em Marx nas margens: nacionalismo, etnias e sociedades não ocidentais, o sociólogo norte-americano Kevin B. Anderson promove uma reflexão instigante e precisa a respeito de questões que incomodam o campo marxista desde meados do século XX: o que pensava o autor de O capital sobre as relações entre classe, gênero e raça ou sobre a dominação colonial, por exemplo?São aspectos aos quais um dos principais pesquisadores marxistas dos Estados Unidos dedica uma diligente investigação. Seu objeto não é o marxismo, mas Karl Marx. A partir da análise de artigos de jornal, cadernos etnológicos e de citações – com muitos textos ainda não publicados e pouco acessíveis -, livros canônicos e cartas, Marx nas margens demonstra que, no decorrer de sua trajetória intelectual, questões como o impacto europeu na Índia, na Indonésia e na China, as relações entre emancipação nacional e revolução (na Rússia e na Polônia), entre raça, classe e escravidão (nos Estados Unidos) e entre nacionalismo, classe e movimento dos trabalhadores (na Irlanda) tornaram-se alvo do interesse e de estudos aprofundados do pensador alemão. O resultado, é a imagem de um Marx multilinear que, preocupado em entender a realidade concreta das sociedades não capitalistas, foi capaz de mudar sua perspectiva, superar o eurocentrismo e tornar-se sensível às questões nacional, étnica, racial e de gênero, assumindo um posicionamento claro contra o colonialismo, contra a escravidão e comprometido com a igualdade entre homens e mulheres.No texto de apresentação, Guilherme Leite Gonçalves, professor de sociologia do direito da UERJ, é certeiro: \’Anderson opera em uma situação de risco. Propõe questões que a vulgata marxista não quer ouvir e respostas que os movimentos ditos \’identitários\’ não gostam de ver. Em vez de abraçar projetos aceitos pelo mercado de cada uma dessas ideias, ele se dedica a uma investigação que examina quando a crítica da política da diferença faz sentido e quando a própria compreensão marxista nega seu momento ocidentalista\’.
Marx nas margens: nacionalismo, etnias e sociedades não ocidentais Em Marx nas margens: nacionalismo, etnias e sociedades não ocidentais, o sociólogo norte-americano Kevin B. Anderson promove uma reflexão instigante e precisa a respeito de questões que incomodam o campo marxista desde meados do século XX: o que pensava o autor de O capital sobre as relações entre classe, gênero e raça ou sobre a dominação colonial, por exemplo?São aspectos aos quais um dos principais pesquisadores marxistas dos Estados Unidos dedica uma diligente investigação. Seu objeto não é o marxismo, mas Karl Marx. A partir da análise de artigos de jornal, cadernos etnológicos e de citações – com muitos textos ainda não publicados e pouco acessíveis -, livros canônicos e cartas, Marx nas margens demonstra que, no decorrer de sua trajetória intelectual, questões como o impacto europeu na Índia, na Indonésia e na China, as relações entre emancipação nacional e revolução (na Rússia e na Polônia), entre raça, classe e escravidão (nos Estados Unidos) e entre nacionalismo, classe e movimento dos trabalhadores (na Irlanda) tornaram-se alvo do interesse e de estudos aprofundados do pensador alemão. O resultado, é a imagem de um Marx multilinear que, preocupado em entender a realidade concreta das sociedades não capitalistas, foi capaz de mudar sua perspectiva, superar o eurocentrismo e tornar-se sensível às questões nacional, étnica, racial e de gênero, assumindo um posicionamento claro contra o colonialismo, contra a escravidão e comprometido com a igualdade entre homens e mulheres.No texto de apresentação, Guilherme Leite Gonçalves, professor de sociologia do direito da UERJ, é certeiro: \’Anderson opera em uma situação de risco. Propõe questões que a vulgata marxista não quer ouvir e respostas que os movimentos ditos \’identitários\’ não gostam de ver. Em vez de abraçar projetos aceitos pelo mercado de cada uma dessas ideias, ele se dedica a uma investigação que examina quando a crítica da política da diferença faz sentido e quando a própria compreensão marxista nega seu momento ocidentalista\’.
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