Os
dois anos anteriores não tinham sido particularmente bons para os Stones. Mick
Jagger e Keith Richards foram presos na casa de Keith em Sussex, o que resultou
num processo judicial nocivo para sua imagem, O uso de drogas e repetidas
detenções transformaram Brian Jones, o primeiro líder da banda, numa sombra do
músico multi talentoso que havia sido. E eles haviam perdido o bonde da história psicodélica com o desorientado disco Their Satanic Majesty's Request.
Desse caos nasceu Beggars Banquet. Os Stones deixaram de lado a parafernália psicodélica dos estúdios e voltaram às suas raízes no blues e no country para produzir um disco acústico clássico, que também dava pistas do caminho mais sombrio que sua música tomaria um pouco mais tarde. A elegante "Jumpin' Jack Flash" os levou ao seu primeiro lugar nas paradas em dois anos e nela está um de seus riffs mais famosos. "Street Fighting Man" aderiu ao movimento de 1968, um gesto de apoio aos protestos estudantis e à desobediência civil. A épica "Sympathy For The Devil" une uma letra infame a uma despojada batida de samba. Há que se destacar a ausência de Jones do disco, embora sua slide guitar em "No Expectations" seja uma lembrança de glórias passadas.
A capa do álbum é um convite simples ao banquete do título, apesar de o fundo branco, infelizmente, remeter à obra-prima dos Beatles, conhecida como o Álbum Branco, lançada algumas semanas antes, mas isso não interferiu, vendeu aos milhares nos Estados Unidos e na Inglaterra.
O sombrio country blues de Beggars Banquet se tornou a marca registrada do grupo, que os Rolling Stones exploraram à exaustão nos três álbuns posteriores. Os quatro anos seguintes, até o lançamento de Exile on Main Street, de 1972, ainda permanecem como sua época de ouro
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