De acordo com Enilson, esse movimento explica a queda brusca seguida pelo aumento do preço dos seminovos.
Outro fator que tem influenciado no preço dos usados, de acordo com Sales, é o fato de a indústria ter optado por oferecer modelos e versões mais caras, em detrimento dos "carros populares" de outrora. "A indústria prefere montar carros cada vez mais completos e de maior valor agregado. Isso valoriza os seminovos porque o zero-quilômetro fica inacessível para muitos, então cresce a procura pelos usados."
Crise dos semicondutores ainda assombra o mercado
Um mercado importante que tem sido muito impactado pela alta dos preços dos carros seminovos, ou seja, com até três anos de uso, é o do "segundo dono". O presidente da Fenauto explica que uma grande parcela dos consumidores, mesmo com poder aquisitivo, prefere comprar um carro com um ou dois anos de uso do que zero-quilômetro, já que um modelo novo tende a perder até 20% de seu valor ao sair da concessionária.
"A questão é que entre 2020 e 2022, devido à crise de semicondutores, faltou veículo no mercado. Isso significa que já há poucos carros fabricados nesse período no mercado. Com a demanda alta por seminovos, os preços sobem. Nos próximos anos, até os estoques de carros com até 3 anos se estabilizar e a indústria voltar a oferecer carros de entrada, o preço dos usados continuará em tendência de alta", opina o presidente da Fenauto.
Vendas caíram mesmo?
Apesar de quase 14% das vendas em setembro chamar atenção, um detalhe precisa ser levado em consideração: o mês teve três dias úteis a menos que agosto. Quando se compara o resultado de vendas por dia útil, entre setembro e agosto, a variação de vendas ficou negativa em apenas 1,0%.
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