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Entrevista da quinzena

  O canadense Patchen Barss é um dos grandes entusiastas do mundo pornô como desenvolvedor e pioneiro de tecnologias e de diversas plataformas da internet. Autor do livro “The Erotic Engine - How Pornography has Powered Mass Communication, from Gutenberg to Google” (em português, algo como Motor erótico - Como a pornografia potencializou a comunicação em massa, de Gutenberg ao Google), o escritor falou ao   UOL Tecnologia   sobre as inovações do mercado adulto e de como tudo seria diferente no mundo digital caso a pornografia não fosse tão marginalizada e, por isso, tão inovadora. UOL Tecnologia - Por que a indústria pornô contribuiu para o desenvolvimento da internet e da tecnologia? Patchen Barss - A indústria pornô é, frequentemente, empurrada para as margens da sociedade. Isso a força a ser menos avessa ao risco e mais inovadora sobre como entregar seus produtos aos clientes. Quando uma nova tecnologia surge, seja videoteipe, TV a cabo ou internet, as empresas pornográficas têm um

O manual da boa vida

  Simples em sua complexidade, como sempre acontece na arquitetura nórdica; erguida sobre o mar; imersa em um parque imaculado pavimentado de pedras brancas e semeado de violetas no qual, quando surge um raio de sol distraído, brota uma maré de bebês e aposentados em trajes esportivos. Com nove séculos de história, a catedral luterana de Stavanger, na costa sudoeste da Noruega, é a mais antiga do país. Seu interior mudo, pulcro, sombrio, sem imagens, no qual as tábuas do piso rangem sob os passos dos fiéis, é o melhor reflexo da frugal maneira escandinava de interpretar a vida, em que o luxo e o alarido são um pecado cívico e moral. O negro e o cinza são as cores deste país. Mimetizam os noruegueses com seu ambiente, os uniformizam e fazem com que seja difícil detectar a diferença de classes. “Não pense que você é especial”, rezava a filosofia igualitária do país. Esse templo multicentenário de Stavanger encerra outra metáfora da alma da Noruega. Ele não tem rígidos bancos corridos de

Entevista da Semana

  “É preciso comprovar a eficácia da psicoterapia para o paciente”, afirma o austríaco Eric Kandel, com a autoridade de quem é psiquiatra e vencedor do Prêmio Nobel de Medicina/Fisiologia – ganhou, em 2000, por ter desvendado os mecanismos que permitem ao cérebro formar e armazenar memórias. “Na maioria dos casos, a psicoterapia não possui comprovação cientifica que mostre em quais circunstâncias ela funciona ou não.” Atualmente, aos 81 anos, é professor da Universidade de Columbia, em Nova York, e tornou-se um dos mais importantes pesquisadores do cérebro humano deste século, mesmo sendo um psiquiatra tardio. Estudou história e literatura e só mais tarde formou-se em psiquiatria e neurociência. Kandel está no Brasil para participar do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que está sendo realizado no Rio de Janeiro. O objetivo é falar do papel das pesquisas para a descoberta de novas drogas para a esquizofrenia e ampliar o acesso ao tratamento da doença. Para o pesquisador, a ciência es

DIFICULDADE DE ACEITAR A MORTE | ANA BEATRIZ

Há aval das autoridades para atuação das milícias no Rio, diz Anistia

  O pesquisador sobre o Brasil para a Anistia Internacional, Tim Cahill, apontou que há o aval ou negligência das autoridades para a atuação das milícias no Rio. Ele definiu como preocupante a situação do deputado Marcelo Freixo, que deixou o País nesta terça-feira, 1.º, ameaçado de morte. Em nota, a entidade confirmou que convidou o parlamentar para visitar a Europa junto com a organização não governamental Front Line Defenders, que providencia proteção aos militantes pelos direitos humanos. "Não é a primeira vez que vemos criminalidade tão ampla dentro da polícia no Brasil. É uma realidade extremamente preocupante, porque (a milícia) existe com o aval ou a negligência das autoridades. A origem deles (milicianos) são as estruturas do Estado", afirmou Cahill. A assessoria de Freixo divulgou os informes das ameaças de morte ao deputado desde 2008, ano de implantação da CPI das Milícias. Apontado pelo Ministério Público como "um dos mais virulentos homicidas" da milíc

Mudança em andamento

  Fazer a tecnologia da informação ser mais justa para todos. Este é, em português, o mote da campanha Make IT Fair (For People Everywhere), que envolve diversas ONGs europeias. A campanha busca conscientizar o consumidor, trazendo informação sobre a procedência e caminhos dos materiais usados em celulares, computadores e games. No site da Make IT Fair ( http://makeitfair.org/ ) há tópicos como as más condições de trabalhadores de telefônicas na Índia e dos operários da Foxconn, empresa chinesa que produz os iPhones da Apple. A Make IT Fair é apoiadora do filme  Blood In the Mobile . Sediada em Amsterdã, na Holanda, a ONG Somo é uma das principais agentes por trás da campanha. Tim Steinweg, especialista em mineração da Somo, conversou com o  Link  por telefone sobre o trabalho da entidade e alguns avanços recentes conseguidos. Steinweg conta que, desde as filmagens de  Blood In The Mobile , a situação das minas congolesas pouco mudou. “As grandes minas, como a que aparece no filme, con

Aplicativos Android

34 DICAS INCRÍVEIS PARA TORNAR SUA VIDA MAIS FÁCIL

Tecnologia, consumo e dor

  “Esse lugar é o inferno na Terra. Pessoas trabalhando sob a mira de homens armados por toda parte. Meninos de 14, 15, 16 anos cavando nos buracos. Crianças com até quatro anos vendendo coisas e fazendo serviços para os soldados. Não há água potável.” O cineasta dinamarquês Frank Poulsen sempre se considerou uma pessoa forte para cenários de pobreza e sofrimento, tendo ido a África várias vezes. Mas a visão da enorme mina de cassiterita de Bisie, num ponto remoto do Congo oriental, foi “muito além de tudo que eu já tinha visto”. Em Bisie, milhares de pessoas se dedicam a procurar um dos minérios que, muitos estágios depois, se transformam em componentes dos celulares que todos usam. Foi lá que o diretor conseguiu as imagens mais impactantes de seu documentário,  Blood In The Mobile  (Sangue no Celular, em tradução livre). Concluído no fim de 2010, o filme teve exibições esporádicas desde então (incluindo sessões no festival brasileiro É Tudo Verdade deste ano). Entre este mês e o fim