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Tibete


Tibete (em tibetano, Bod Zizhigu; em chinês, Xizang), antiga nação independente e área administrativa da China, situada na região sudoeste do país. Seu nome oficial é Região Autônoma do Tibete e faz fronteira ao norte com a região autônoma de Sinkiang Uigur e a província de Qinghai; a leste, com as províncias de Sichuan e Yunnan; ao sul, com a Birmânia, a Índia, o Butão e o Nepal; e a oeste, com a Índia.
A região é cercada por vastos sistemas montanhosos: o Himalaia, ao sul; a cordilheira Karakoram, a oeste; e as montanhas Kunlun, ao norte. A capital e maior cidade do Tibete é Lhasa.
O rio mais importante é o Brahmaputra. Os rios Indo, Ganges e Sutlej têm suas cabeceiras no Tibete ocidental. O Salween nasce no Tibete central; já os rios Mekong, Yang-tsé e Huang He (Amarelo) nascem no Tibete setentrional. O clima é semi-árido.
O Tibete é rico em recursos minerais; há ouro em muitas partes e notáveis jazidas de ferro, carvão, sal e bórax.
Tradicionalmente, é o centro do lamaísmo, uma forma única e muito desenvolvida de budismo esotérico. Desde que a China recuperou o Tibete, em 1950, a religião passou a ser muito controlada.
A cultura tibetana se baseia no lamaísmo, com uma notável tradição artística de imagens esotéricas, mandalas e talhas. Os centros tibetanos conservaram algumas das mais completas coleções de sutras mahayanas.
A principal atividade econômica do planalto setentrional é a pecuária, com criação de ovinos, bovinos, caprinos e outros animais de carga. A terra cultivável, que consiste em uma pequena superfície, produz cevada, trigo, fagópiro, centeio, batatas e várias hortaliças e frutas. Entre as manufaturas, destacam-se as indústrias têxteis e de equipamentos eletroeletrônicos. O antigo Tibete era dividido em principados que, no século VI, se reuniram em torno de um rei, Gnam-ri Srong-btsan. No final do século VII, as forças tibetanas começaram a atacar as fronteiras chinesas.
No final do século X, o reino tibetano começou a desintegrar-se e finalmente se dividiu em vários principados pequenos. Em 1240, os mongóis invadiram vários mosteiros e, em 1247, um lama importante foi nomeado vice-rei temporal do Tibete por Kublai Khan, com a tarefa de reorganizar a administração territorial.
O Tibete reconquistou a sua independência depois da queda da dinastia Yuan, de origem mongol. Em 1368, mosteiros rivais começaram a disputar o poder do território. O governo secular foi brevemente restaurado no século XV, enquanto o budismo tibetano foi revitalizado pelo rigoroso reformista Tsong-kha-pa, que fundou a seita Dge-lugs-pa. Em 1578, o terceiro chefe da seita recebeu o título de Dalai Lama. Antes de 1642, chegou ao fim a aliança com os mongóis e se estabeleceu um governo unificado, liderado pelo Dalai Lama.
Em 1720, as tropas chinesas expulsaram os mongóis e receberam uma boa acolhida em Lhasa; os imperadores manchus eram os soberanos do Tibete e o governo era controlado pelo Dalai Lama.
A última intervenção significativa da dinastia Manchu no Tibete ocorreu em 1792, quando as tropas chinesas ajudaram a conter uma invasão dos gurjas procedentes do Nepal. Enquanto isso, os oficiais coloniais britânicos da Índia tentaram criar um enclave na região, mas esses esforços fracassaram. Em 1904, o Tibete, que na época era virtualmente independente, foi invadido pelos britânicos e, em 1906, o império chinês teve a sua soberania no Tibete reconhecida em troca do pagamento de uma grande indenização aos britânicos, que posteriormente retiraram suas tropas.
O tratado anglo-chinês estimulou os manchus a invadirem o Tibete em 1910, mas, com a revolução que derrubou a dinastia Manchu em 1912, o país obteve independência nominal da China. Em 1918, as tensas relações entre o Tibete e a China culminaram em um conflito armado. O Dalai Lama continuou governando o Tibete como se estivesse à frente de um estado independente.
Em outubro de 1950, as tropas comunistas invadiram o Tibete. O governo tibetano capitulou em maio de 1951, ao assinar um tratado que mantinha o poder do Dalai Lama sobre os assuntos internos, mas passava para o controle chinês os assuntos externos e militares. Em 1956, começou a ganhar força uma guerrilha antichinesa. Em março de 1959, eclodiu um grande motim em Lhasa. O Dalai Lama fugiu para a Índia no final do mês e posteriormente estabeleceu uma comunidade tibetana no país. Os chineses aplacaram a revolta e nomearam Panchen Lama chefe do Estado.
Dezenas de milhares de tibetanos fugiram para o estrangeiro depois da invasão chinesa e a maioria se estabeleceu na Índia; o restante se refugiou nos reinos do Nepal e do Butão. O Dalai Lama estabeleceu um governo tibetano no exílio na Índia. Em 1965, o Tibete tornou-se oficialmente uma região da República Popular da China.
No fim da década de 1970, depois da Revolução Cultural, a China suavizou gradualmente sua política em relação ao Tibete. O Panchen Lama, que tinha sido substituído em 1964, foi readmitido em 1978. Em repetidas ocasiões, pediram para que ele regressasse. Em 1980, os chineses admitiram que o Tibete tinha sido mal governado, anunciaram reformas na região e permitiram as atividades religiosas. Em outubro de 1987 e em maio de 1993, houve violentas manifestações de protesto contra o governo chinês. Em 1993, pela primeira vez depois de dez anos, os chineses e os representantes do Dalai Lama mantiveram conversações, embora elas não tenham levado a mudanças substanciais na política chinesa.

Superfície: 1.222.000 km2; população (2000): 2 milhões 620 mil habitantes.


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