O enriquecimento rápido, dizem pesquisas, traz apenas um estado de euforia passageiro. Um estudo dos anos 70, por exemplo, mostra que a felicidade que vem com um bilhete premiado de loteria não dura mais do que alguns meses. É a chamada esteira hedonista. Segundo essa teoria, bens e serviços adicionais dão um prazer extra, mas transitório, pois a pessoa logo se adapta ao novo padrão e não dá mais tanto valor a isso. "É o que faz com que se queira sempre mais", diz Frey. Para a professora de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Dulce Critelli, o que acontece é que confundimos felicidade com satisfação, e isso traz frustração. "Dinheiro traz saciedade, e ela é tão viciante quanto as drogas", diz. "Mas a felicidade mesmo tem a ver com realização pessoal", diz Dulce, também coordenadora do Existentia Centro de Orientação e Estudos da Condição Humana. A empresária Doris Barg, de 48 anos, percebeu essa diferença quando largou um emp