As mudanças na tecnologia computacional exigem posturas novas e visionárias da parte da comunidade de projetistas da microeletrônica caso se deseje enfrentar os desafios apresentados pela tecnologia e explorar a fundo o potencial dos novos tipos de projeto e produto. A comunidade britânica de pesquisadores em microeletrônica identificou um conjunto de quatro grandes desafios, apresentados a seguir:
BATERIAS - Minimizar as demandas de energia dos produtos eletrônicos. À medida que os produtos eletrônicos se tornam cada vez mais invasivos, será impraticável alimentá-los por meio de baterias que precisam ser constantemente trocadas. Conseguiremos utilizar a energia desperdiçada ou obter um consumo de energia tão baixo que uma única bateria alimentará o aparelho ao longo de toda a vida dele?
O SILÍCIO GANHA VIDA - Unir a eletrônica com a biologia. Próteses de retina, diagnósticos médicos implantados, interfaces de cérebro-máquina -todas essas tecnologias são promissoras do ponto de vista do tratamento médico, que demandam uma integração muito maior entre a eletrônica e a biologia.
MAIS POR MENOS - Projetos de performance maior para a tecnologia de chips da geração internet. Os esforços para obter potenciais de computação cada vez maiores continuarão. Mas é preciso dar mais atenção para os custos envolvidos nisso: os custos para o ambiente e os custos em termos de projeto.
CONSTRUINDO CÉREBROS - Sistemas eletrônicos inspirados na neurologia. Nossos cérebros são muito mais eficientes em termos de consumo de energia do que os aparelhos eletrônicos e muito mais tolerantes quanto às falhas de componente. Se conseguíssemos vislumbrar como funciona o sistema biológico, poderíamos aprender como aplicar essas lições nos novos sistemas computacionais.
Conclusões
As primeiras seis décadas da tecnologia computacional se pautaram por um progresso admirável, exemplificado pelo aumento de dez vezes na eficiência com que os computadores consomem energia. A continuidade do progresso, no entanto, não está de forma nenhuma garantida à medida que a tecnologia se aproxima da escala atômica, e uma série de problemas, que abrange as leis fundamentais da física, a complexidade de projeto e a viabilidade econômica, ameaça obstruir o caminho. Os sinais de desgaste já se tornam aparentes, e as mudanças visíveis na prática empresarial e a migração para os processadores de núcleos múltiplos (antes de haver softwares capazes de os explorarem) oferecem manifestações prévias dos problemas vindouros. Há muitos desafios científicos no caminho a ser trilhado, e uma avenida promissora é aumentar nossa compreensão sobre como a biologia oferece sistemas confiáveis baseados em plataformas não confiáveis. Da biologia, podemos aprender também alguma coisa sobre o consumo eficiente de energia.
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