Filosofia analítica é o movimento teórico que surgiu no século XX, particularmente na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, a partir da II Guerra Mundial. Visa a examinar a linguagem e analisar os conceitos nela expressos. Recebeu diversos rótulos, como análise lingüística, empirismo lógico, positivismo lógico, análise de Cambridge e filosofia de Oxford. Embora nenhuma doutrina específica ou dogma sejam aceitos pelo movimento como um todo, seus membros estão de acordo quanto à idéia de que a atividade maior da filosofia é aclarar a linguagem e esclarecer conceitos. O objetivo desta atividade é solucionar as disputas filosóficas, resolvendo seus problemas, que, segundo afirmam, têm origem na confusão lingüística.
Existe uma considerável diversidade de opiniões entre os filósofos analíticos e lingüistas quanto à natureza da análise conceitual ou lingüística. Alguns estão interessados, sobretudo, em aclarar o significado de determinadas palavras ou frases como passo essencial para que se façam afirmações filosóficas claras e precisas. Outros se preocupam, principalmente, em determinar as condições gerais que devem existir para que uma declaração lingüística possa ter sentido; seu propósito é estabelecer um critério que diferencie as orações significativas das absurdas. Outros analistas, ainda, estão interessados em criar linguagens formais, simbólicas, que correspondam em sua origem a uma estrutura matemática. Afirmam que a solução dos problemas filosóficos pode ser obtida de forma mais eficaz se estes forem formulados numa linguagem lógica rigorosa. Por último, vários filósofos associados ao movimento dirigiram sua análise à linguagem coloquial ou natural.
Influenciados pela tradição empírica britânica e pelos escritos de Gottlob Frege, os filósofos ingleses do século XX George Edward Moore e Bertrand Russell foram os fundadores desta tendência. Posteriormente, Ludwig Wittgenstein viria a ser sua figura central, com seu Tractatus logico-philosophicus (1921). Ernst Mach, Moritz Schlick e Rudolf Carnap iniciaram o chamado positivismo lógico, cujas idéias foram difundidas na Inglaterra por Alfred Jules Ayer. Após a publicação das Investigações filosóficas (1953), de Wittgenstein, o estudo centrou-se no discurso corrente. Atualmente, os mais destacados expoentes desta linha são os ingleses Gilbert Ryle e John Langshaw Austin e o americano Willard Van Orman Quine.
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