Hegel, Georg Wilhelm Friedrich (1770-1831), filósofo alemão. É o representante máximo do idealismo e seu trabalho revela a influência do pensamento grego e de autores como Baruch Spinoza, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant, Johann Gottlieb Fichte e Schelling. Seu propósito foi elaborar um sistema que englobasse as idéias de seus predecessores e criar um marco conceitual a partir do qual a realidade, concebida como um absoluto ou espírito absoluto, pudesse ser compreendida com base em pressupostos teóricos racionais. A obrigação da filosofia é explicar seu desenvolvimento.
O primeiro passo consiste em esclarecer a estrutura racional interna do absoluto: ele deve ser considerado como pensamento, espírito ou mente, num processo de contínuo autodesenvolvimento, que é regido por uma lógica dialética. O método dialético tem por fundamento a idéia de que esse movimento, processo ou progresso é resultante do conflito entre contrários. Tradicionalmente, esta dimensão tem sido analisada em termos de tese, antítese e síntese.
Em segundo lugar, é preciso demonstrar de que forma o absoluto se manifesta na natureza e na história humanas. A natureza é o pensamento absoluto, ou ser, que se objetiva sob uma aparência material. As mentes finitas e a história da humanidade são o processo do absoluto, que se manifesta no espírito ou na consciência.
Em terceiro lugar, deve-se explicar a natureza teológica do absoluto. A meta do processo cósmico dialético pode ser melhor compreendida no âmbito da razão. À medida que a razão finita avança no entendimento, o absoluto progride no sentido do autoconhecimento. Hegel analisa esta progressão humana no entendimento sob três enfoques: na arte, na religião e na filosofia. Esta última representa o conceito mais elevado, porque capta o absoluto de forma racional.
Nesse processo de análise da natureza do espírito absoluto, Hegel deixou contribuições fundamentais numa grande variedade de áreas, como a filosofia da história, a estética e a ética social. De uma forma ideal, o Estado é a manifestação da vontade geral, que é a mais alta expressão do espírito ético. A submissão a essa vontade geral é o ato próprio de um indivíduo livre e racional.
Seu pensamento exerceu grande influência em autores como Ludwig Feuerbach, Bruno Bauer, Friedrich Engels e Karl Marx. Entre suas obras mais importantes estão: A fenomenologia do espírito (1807), A ciência da lógica (1812, 1813, 1816) e Lições de história da filosofia (1833-1836).
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