Fora da TV, a atriz e jornalista Cristina Prochaska, 52, tem se dedicado à fotografia. Seu novo trabalho vai estar em cartaz no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura), a partir da próxima quarta-feira (23), em São Paulo.
"Resolvi me focar na fotografia", conta Prochaska, que é conhecida pelo papel de lésbica em "Vale Tudo" (1988) e como apresentadora de bailes de Carnaval na Band nos anos 1980 -- passagem que inclui a lendária gafe televisiva de um câmera, que ao ser orientado pelo diretor para "fechar na Prochaska", deu close na virilha da entrevistada da vez.
Os olhares da artista agora são dirigidos para barcos atracados em Ubatuba, Paraty, Búzios e Arraial do Cabo.
"Peguei mesmo encantamento e fechei o meu plano, busquei as curvas, as formas, o descascado do tempo e do vento nas cores das embarcações. Me interessam os detalhes e os fragmentos --essa, aliás, é uma boa palavra", explica.
Ela conta que se aproximou de comunidades de pescadores nos três meses que se dedicou a fazer o ensaio, após receber o convite para mostrar sua atividade no Mube. "Sempre estou metida numa mostra, numa galeria."
A paixão pela fotografia, porém, não substitui a vontade que Prochaska sente de voltar para os palcos. E o jeito que arrumou para matar a saudade de atuar é assistir à reprise de "Que Rei Sou Eu?" (1989), no canal Viva (de seg. a sex., à 0h15, classificação não informada).
"Quando fiz essa novela, eu tinha 25 anos, e me impressiona como ela continua atual e coerente. Esse reino [o Brasil] está igual. Só mudou o chefe do palácio. Na verdade, agora é 'Que rainha sou eu?', né? Mas, se chamá-la de rainha, ela fica brava. Tem de falar presidenta ou pagar uma multinha", diz bem-humorada.
Também assistiu à reprise de "Vale Tudo" (1988) no ano passado. Na novela, ela foi pioneira em interpretar um casal de lésbicas na televisão. Seu par romântico na ficção era a atriz Lala Deheinzelin, mas a relação das duas era mais sugerida do que mostrada.
Para Prochaska, até a censura de afeto entre homossexuais continua a mesma. "É uma dicotomia porque eles deixam passar sexo explícito ao vivo e em infravermelho no [reality show da Globo] 'BBB'", comenta.
Prochaska afirma que a censura deveria ser para a "vulgaridade deslavada que tomou conta da televisão brasileira em todos os canais e todos os programas", o que julga diferente da época em que ela mesma apresentava bailes de Carnaval.
"Aquilo passava às 3h, 4h, havia uma certa exposição do corpo, mas a gente não mostrava, e agora vale tudo."
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