Ghazala Javed, uma jovem e popular cantora paquistanesa, foi morta a tiros na noite de segunda-feira na cidade de Peshawar, noroeste do país. Ghazala havia desafiado as ameaças de islamistas radicais contra suas músicas. Algumas fontes dizem que o crime pode ter sido motivado por vingança de algum parente, e seu ex-marido é apontado como suspeito.
Apesar das ameaças de extremistas, a polícia não acredita na participação do Talibã na execução de Ghazala, de 24 anos. A jovem cantora foi assassinada com seis tiros, quando saia de carro de um cabeleireiro com o pai. Segundo investigadores, Ghazala foi atingida na cabeça por disparos e morreu junto com seu pai. Só a irmã da cantora conseguiu se salvar.
- Dois homens de moto encheram ela de balas antes de fugir, deixando-a em uma poça de sangue - contou Dilawar Bangash, um alto funcionário da polícia de Peshawar. - Já estamos investigando. Este assassinato parece ter sido motivado por disputa pessoal.
Nos últimos anos, o fortalecimento do Talibã no noroeste do Paquistão dificultou o trabalho de bandas e cantores, já que extremistas proíbem dança e música. Ano passado, Ghazala, por exemplo, precisou gravar suas canções em Dubai.
No ano passado, a cantora virou manchete no país ao pedir o divórcio de seu marido depois de descobrir que ele tinha pelo menos uma outra mulher. O divórcio é uma decisão rara em um país fortemente conservador e machista, como o Paquistão, onde o pedido de separação é visto como uma forma de desonra para o homem.
Ghazala publicou mais de 20 álbuns com músicas em pashtu, língua da maioria étnica do noroeste do Paquistão, e foi uma cantora popular na região, principalmente entre os jovens.
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