“Não vai uma gota para a rua. Fica tudo aqui dentro”, diz o aposentado Devanil Pereira da Silva, de Ribeirão Preto (SP), sobre um sistema de calhas que ele instalou por R$ 2 mil em sua casa para aproveitar toda a água da chuva. O que ele não consegue captar, explica, vai para o seu jardim. “A água infiltra e vai para o lençol”, comenta o aposentado, que apesar do esforço é uma exceção quando o tema é conservação de recursos hídricos na cidade. A água que ele tenta poupar vem do Aquífero Guarani, considerado um dos maiores lençóis freáticos do mundo, que desde os anos 1950 já baixou cerca de 60 metros em Ribeirão. Isso significa que o nível da reserva natural que abastece 100% do município tem caído um metro por ano, de acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo. Mesmo a apenas cem metros da reserva subterrânea, em Ribeirão Preto a recarga do aquífero é 13 vezes menor que o consumo médio local. Se por um lado o desperdício e o crescimento urbano contribuem, po...