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A FELCIIDADE TEM LÓGICA, SIM (PARTE 2)

De bem com o mundo

Quem inventou a felicidade fez questão de jogar fora a fórmula. O resultado é que, para alcançá-la, cada um deve encontrar o caminho por si mesmo. "Cada indivíduo experimenta a felicidade de um jeito diferente", opina o psicanalista Luciano Colella, de São Paulo.
"Ela não é algo que se obtenha seguindo determinadas regras." Os psicólogos recomendam, no entanto, algumas atitudes que podem ajudar você a aumentar a satisfação pessoal. Experimente. Elas só podem lhe fazer bem.



COMEMORE CADA VITÓRIA

Quando você está empenhado na busca de algum objetivo, alegre-se com cada avanço parcial em vez de postergar a sua satisfação até a vitória definitiva. Na preparação para um exame vestibular, comemore cada novo conhecimento, cada boa nota num teste. Sem essa de "estou me guardando pra quando o Carnaval chegar".



CONHECE-TE A TI MESMO

É o mais famoso ensinamento de Sócrates, filósofo grego do século V antes de Cristo. Avalie corretamente suas possibilidades e suas limitações. Isso lhe permitirá traçar metas realistas. Defina com a maior clareza possível os seus valores pessoais, ou seja, o que é realmente importante para você e o que não é.



ACEITE AS EMOÇÕES NEGATIVAS

Tenha consciência dos seus sentimentos. É normal ter angústia ou tristeza de vez em quando. O importante é aprender a lidar com essas situações e buscar novos meios de se sentir bem. Os maus momentos, no final das contas, até podem ajudar você a apreciar as ocasiões mais favoráveis.



APROVEITE CADA DIA

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que "era feliz e não sabia"? Trate, então, de perceber o valor dos pequenos prazeres do cotidiano. Saboreá-los pode propiciar um intenso bem-estar.



RELACIONE-SE

O amor, a amizade e o relacionamento familiar são importantíssimos. Se você não tiver um parceiro ou uma parceira, procure, mesmo assim, conviver intensamente com os demais. Você pode até querer ficar sozinho de vez em quando. Mas não se isole.

A alegria que o dinheiro proporciona logo se desfaz

O dinheiro, diz a piada, não traz a felicidade manda buscar. Tudo bem, ele pode até satisfazer desejos e necessidades imediatas, mas não deixa ninguém feliz por muito tempo. "O ser humano pode se acostumar depressa aos acontecimentos favoráveis ou desfavoráveis", disse o psicólogo Ed Diener, da Universidade de Chicago, que estuda o assunto há dez anos. "Os fatores externos fazem diferença, mas não tanta quanto se imagina." Você pode desejar ardentemente um iate ou um carro luxuoso. Mas, um ano depois de ganhá-lo, seu grau de satisfação não será muito diferente do atual. "Os novos milionários estão só um pouquinho mais felizes do que a média", garante Diener.
Os estudos do psicólogo americano desmentem a idéia de que só seremos felizes com a posse do que não temos. "O mais importante é a satisfação interna", assinala o psiquiatra Claudio Lyra Bastos, da Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. Obviamente, não há como se sentir bem se a geladeira está vazia ou falta dinheiro para comprar remédio. Em maio de 1997, o Datafolha, instituto de pesquisas paulista, perguntou a 2 698 brasileiros que idéias associavam à felicidade. Ganhou a saúde, com 24% das respostas. Em segundo lugar, com 10%, ficaram a harmonia familiar, a estabilidade financeira e o "estar bem consigo mesmo".

É importante lembrar que uma pessoa saudável precisa experimentar tanto as emoções positivas quanto as negativas. "Só pode ser feliz quem vive intensamente o que sente, tendo consciência disso", diz Bastos. É aí que os seres humanos se diferenciam radicalmente dos bichos. Todos os mamíferos passam pelas mesmas reações químicas quando o cérebro experimenta a sensação de prazer. Mas só os homens têm consciência de que são felizes. Ou infelizes.

Alegria generosa

Formada em Arquitetura, a baiana Júlia Meireles se dedica há quinze anos às causas na quais acredita. "O trabalho voluntário me traz uma grande felicidade", diz. Ela está ligada atualmente a uma organização não-governamental voltada para a proteção da natureza. Uma iniciativa recente de que participou foi a capacitação de monitores ambientais de cidades próximas às unidades de conservação do Vale do Ribeira, região pobre do interior paulista. "É uma satisfação imensa ver que você conseguiu dar um caminho profissional para 160 jovens que poderiam hoje estar sem trabalho, vivendo em condições difíceis", orgulha-se. No tempo livre, Júlia participa de uma associação do bairro onde mora e se dedica a uma entidade que abriga crianças com deficiência mental. "É penoso levar adiante um trabalho social", diz. "Sinto-me exausta, mas o esforço vale a pena."

Desfilando nas nuvens

"Experimento as maiores sensações de felicidade no esporte e no samba", conta Mafalda Soares. Ela desfila na escola de samba Vai-Vai, de São Paulo, e é atleta. Nem problemas familiares nem contas atrasadas conseguem atrapalhar o seu desempenho nas competições de arremesso de dardo, disco e martelo, modalidades em que é campeã brasileira de veteranos. "Na hora, dou um clic e me desligo das preocupações", diz. "Só penso no que estou fazendo." A sensação depois do último arremesso é de contentamento, mesmo que não vença a prova. Isso também acontece no Carnaval. Mafalda permanece atenta à evolução da sua ala, a das baianas, e não pára de cantar o samba-enredo. "No fim do desfile, parece que estou nas nuvens", afirma.

O convívio com os demais é um ingrediente essencial

A música de Tom Jobim acerta em cheio quando diz que é impossível ser feliz sozinho. "A felicidade", concorda o psiquiatra gaúcho Rubens Mazzini Rodrigues, "é diretamente proporcional à capacidade de estabelecer vínculos afetivos em todas as áreas - a família, o trabalho, o lazer, a sociedade." Esses laços podem ser criados de várias maneiras. "No mundo inteiro, 92% dos indivíduos se casam ao menos uma vez", informa o psicólogo Aílton Amélio da Silva, coordenador do Centro de Estudos da Timidez e do Amor, da Universidade de São Paulo. "Quem não se casa, com exceções, começa a se comparar com os demais e a sentir solidão", completa.
Há quem encontre na fé o sentido da existência. "As religiões sempre tiveram a função de mostrar que todos podem ser felizes desde que vivam em comunhão uns com os outros", afirma o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, professor da Universidade Católica de Brasília. Também o engajamento em trabalhos sociais pode contribuir para a satisfação pessoal, segundo os psicólogos. O inverso também acontece. "Os indivíduos felizes estão mais dispostos a ajudar quem precisa", constata o americano Ed Diener.

Qualquer que seja o caminho, o tão desejado estado de fluxo que o pesquisador Csizkszentmihalyi aponta como estreitamente vinculado ao ideal da felicidade é uma meta ao alcance de todos. Não depende da idade, da classe social ou do nível de intrução, e sim do engajamento consciente nos desafios do dia-a-dia. Nessa busca, nem tudo é agradável, mas o resultado vale a pena, conforme atesta o escritor gaúcho Érico Veríssimo (1905-1975) em seu livro Olhai os Lírios do Campo: "Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente."

Pode rir à vontade

O ser humano é o único animal que ri. Ele começa logo cedo, quando o bebê tem seus 2 ou 3 meses de vida. O sorriso é a primeira manifestação emocional da criança, que se alegra ao reconhecer o rosto da mãe, do pai e de todos os que a rodeiam. Os cientistas acreditam que as estruturas frontais do cérebro, mais sofisticadas, estejam associadas ao riso. Durante a risada, ocorre a liberação da serotonina, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar. Por isso, só os movimentos musculares do sorriso já são capazes de melhorar um pouco o humor, ativando os centros cerebrais que vão liberar a serotonina. Vale a pena, até, olhar para si mesmo no espelho e esboçar um sorriso. A propósito, quando foi a última vez que você deu uma boa risada, hein?


A visão dos filósofos

Tales de Mileto (624-545 a.C.), um dos primeiros filósofos gregos, não distinguia a felicidade do prazer sensual e da saúde física. Feliz, para ele, é "aquele que tem o corpo sadio, forte, e uma alma bem formada".
Para Platão (427-347 a.C.), porém, a felicidade está relacionada com a virtude, e não com o prazer. Na sociedade grega da época, virtuoso era quem seguia os preceitos da moral e cumpria seus deveres. Aristóteles (384-322 a.C.) identificou vários graus de felicidade e atribuiu o valor máximo à sabedoria.

Um dos maiores filósofos cristãos da Idade Média, o italiano Santo Tomás de Aquino (1228-1274), definiu a felicidade como "beatitude", a comunhão total com Deus. Ela não tem, portanto, qualquer relação com os bens terrenos e só pode ser obtida como uma dádiva divina.

A partir do Renascimento, a noção de felicidade voltou a ser vinculada ao prazer, como era na Grécia antes de Platão. O inglês John Locke (1632-1704) afirmou que a felicidade "é o maior prazer de que somos capazes, e a infelicidade a maior pena". O alemão Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) concordava, e a definiu como "um prazer durável, o que não pode acontecer sem um progresso contínuo em direção a novos prazeres". Com a escola utilitarista, a idéia ganhou um cunho social. O inglês Jeremy Bentham (1748-1832) tornou célebre sua fórmula segundo a qual "o objetivo correto de qualquer ação é o de produzir a maior felicidade para o maior número de indivíduos". Para o seu compatriota John Stuart Mill (1806-1873), a felicidade depende de circunstâncias objetivas e, por isso, só pode ser obtida pelo homem enquanto membro da sociedade.

Já o alemão Immanuel Kant (1724-1804) a via como uma meta inatingível, já que depende da realização de todas as necessidades, inclinações e desejos do homem. Também alemão, Arthur Schopenhauer (1788-1860) era ainda mais pessimista. Para ele, o que existe é apenas a ausência de dor ou de privação, à qual se seguirá, infalivelmente, um novo sofrimento.

A filosofia do século XX dá pouca importância ao assunto. O francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) se interessava mais pela angústia, apontada como uma conseqüência inevitável do fato de o homem ser livre para fazer suas próprias escolhas.

Em compensação, a felicidade se tornou um dos temas prioritários na obra do austríaco Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da Psicanálise. Segundo Freud, "o conjunto da nossa atividade psíquica tem por objetivo nos proporcionar o prazer e fazer-nos evitar o desprazer."

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