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Acupuntura pode tratar dor, mas efeitos são limitados, diz estudo

Um estudo detalhado feito por cientistas na Dinamarca trouxe uma boa e uma má notícia: para tratar a dor, acupuntura funciona mesmo -- mas bem pouco.
A pesquisa é uma chamada "meta-análise", esforço em que um grupo de cientistas reúne o que há de melhor em testes clínicos anteriores, feitos por grupos independentes, na esperança de desvendar o que de fato há de real em todos eles. Esse tipo de estudo é o que ganha maior respeito por parte dos médicos, justamente por tentar eliminar qualquer viés de observação de um grupo ou outro e obter uma base de dados maior.
No caso, os pesquisadores recolheram dados provenientes de 13 testes clínicos diferentes, feitos no tratamento dos mais variados tipos de dor -- desde enchaqueca até dores pós-operatórias, passando por colonoscopia e osteoartrite, entre outras. No total, foram mais de 3.000 pessoas participando desses testes.
Os voluntários foram divididos em três grupos: um que não recebia tratamento extra para dor, um que recebia o que os cientistas chamam de "acupuntura-placebo" (um acupunturista espeta as agulhas no paciente, mas não nos lugares indicados pela medicina tradicional chinesa) e um que era de fato tratado com a acupuntura, seguindo todos os preceitos corretos.
Depois, os pacientes avaliavam a dor, numa escala de 0 a 100. Na média de todos os estudos, a diferença de dor entre os que recebiam acupuntura tradicional e acupuntura placebo era de apenas 4 pontos. Nessa escala, o valor mínimo considerado para atribuir relevância clínica é de 10 pontos.
"Um pequeno efeito analgésico da acupuntura foi encontrado, que parece não ter relevância clínica", afirmam os pesquisadores do Nordic Cochrane Centre, em Copenhagen, em artigo publicado no último número da revista médica "British Medical Journal".
Alguma coisa acontece
O mais curioso, entretanto, foi que, embora a diferença entre acupuntura de verdade a sua versão placebo fosse praticamente irrelevante, ambas desempenharam efeito analgésico considerável, se comparadas com a ausência de tratamento para dor a diferença entre a acupuntura placebo e a ausência de tratamento era de 10 pontos, na escala de 0 a 100 para dor.
Ou seja, talvez o menos importante na acupuntura seja os locais do corpo onde se espetam as agulhas, e mais o fato de que elas estejam sendo espetadas. É o que sugerem Adrian White e Mike Cummings, da Sociedade Médica de Acupuntura Britânica, em comentário publicado na mesma edição do "BMJ". Eles apontam que a acupuntura parece, ao menos em parte, usar rotas neurológicas em comum com a analgesia por placebo, e que o estudo delas pode oferecer lampejos importantes em como melhorar os cuidados médicos.
Mas a perspectiva de haver algum efeito, além do psicológico, no tratamento de dor com acupuntura, ainda terá de ser respondida por futuras pesquisas. "Se espetar agulhas em pontos de acupuntura, ou em qualquer lugar, reduz ou não a dor independentemente do impacto psicológico do ritual de tratamento ainda não está claro", escrevem os cientistas liderados por Asbjørn Hróbjartsson, do Nordic Cochrane Centre.

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