Já escrevi diversas vezes sobre Fernando Diniz e Abel Ferreira, mas não canso de me surpreender com a facilidade que parte da mídia tem para exaltar um e buscar defeitos no outro.
Bastou o Fluminense vencer o Flamengo, levando a simbólica Taça Guanabara, para os Dinizistas ressurgirem.
Não importa que o Rubro-negro já tenha sido derrotado por Vasco, Independiente del Valle, Al-Hilal e Palmeiras, acumulando cinco derrotas no triste currículo de Vítor Pereira no comando da equipe.
Não importa que Diniz siga sendo um treinador sem títulos.
Diniz, o grande estrategista. Diniz, o visionário do futebol moderno. Diniz, aquele que tira leite de pedra. Diniz, o homem que leva seus times a lugares nunca imaginados.
Sim, Diniz é bom. Acima da média. Mas a boa vontade dedicada a ele é inversamente proporcional à sua galeria de canecos.
Abel, por outro lado, segue longe de ter um séquito de adeptos confessos. Não vemos jornalistas se declarando Abelistas.
Ah, mas muitos não aprovam o temperamento do português. E o do Diniz é tranquilo? Um cavalheiro à beira do gramado? Não, né.
No início, fazia algum sentido a resistência a um forasteiro. Era a "retranca". O futebol "feio". As entrevistas "malcriadas". Sei lá o que mais. Aí vieram títulos. E mais títulos.
Desfalques, contratações equivocadas ou inexistentes, venda de atletas cruciais, desafios de calendário, e o Palmeiras continuou vencendo. Adaptando sua forma de atuar às novas circunstâncias.
Vê-se, como poucas vezes se viu no Brasil, uma sequência de trabalho sólida, planejada, tremendamente vitoriosa. Mas o que bomba mesmo é o Dinizismo.
Desisti de tentar entender. Até porque não faz diferença. Com todo o respeito à nossa nobre classe, opinião de jornalista não ganha jogo.
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