As escolas budistas tradicionais nipônicas, ou seja, as que possuem mais de 800 anos de existência, chegaram ao Brasil depois da 2ª Guerra Mundial, nos finais da década de 40 e início de 50, em virtude das várias solicitações dos imigrantes japoneses e tinha como função realizar cerimônias memoriais para os antepassados. Mas com as mudanças ocorridas ao longo dos anos tanto na sociedade brasileira quanto na comunidade nikkei é importante, de acordo com Handa, que as mesmas não fiquem restritas apenas a essa função inicial.
Um estudo de 2005 do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas denominado "Retratos das Religiões no Brasil" revelou que 0,1386% da população brasileira havia se declarado budista. No entanto, de acordo com Handa, é difícil avaliar com exatidão o número de budistas no País. Para o monge, existem muitos simpatizantes, mas que não são efetivamente comprometidos com a prática budista. Na Soto Zen, por exemplo, segundo ele, os praticantes comprometidos giram em torno de 30 pessoas, sendo a maioria composta por não-nikkeis. Um dado curioso é que os nikkeis procuram o templo para culto aos antepassados, enquanto os não-descendentes vão em busca da prática de meditação.
"Para ser um budista, é preciso ser praticante. A pessoa deve seguir preceitos básicos como diminuir o ego, praticar a compaixão e estar comprometido com a iluminação. Ela deve incorporar esse comportamento no dia a dia adotando uma forma diferenciada de viver", afirma Handa.
Pontos como harmonia, equilíbrio e felicidade transmitidas pelo budismo, na opinião do monge, podem explicar a simpatia por essa religião não só no Brasil, mas no ocidente em geral. "O budismo não é uma religião monoteísta e nem fundamentalista. As pessoas não procuram a escola budista para curar doenças, ficar rico ou ter sucesso profissional, mas sim com o objetivo de buscar respostas para a sua questão existencial", revela o monge.
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