Na meditação, as pessoas ficam sentadas em silêncio e se concentram em sua respiração. Enquanto o ar entra e sai de suas narinas, elas acompanham cada sensação. Quando pensamentos espontâneos vêm à mente, elas não lhes dão atenção.
Segundo um estudo publicado na edição online da revista "PloS Biology", três meses de treinamento rigoroso neste tipo de meditação leva a uma profunda mudança na forma como o cérebro aloca a atenção.
Parece que a capacidade de se livrar dos pensamentos que surgem à mente liberta o cérebro para cuidar de eventos e coisas que estão mudando mais rapidamente no mundo ao seu redor, disse o principal autor do estudo, Richard Davidson, um professor de psicologia e psiquiatria da Universidade de Wisconsin, em Madison. Meditadores experientes, ele disse, são mais bem capacitados do que outras pessoas na detecção de estímulos que estão mudando rapidamente, como expressões faciais emocionais.
Ron Mangun, diretor do Centro para a Mente e Cérebro da Universidade da Califórnia, em Davis, que não esteve envolvido no estudo, chamou a conclusão de empolgante. "Ela fornece evidência neurocientífica para mudanças no funcionamento do cérebro com treinamento mental, neste caso a meditação", ele disse. "Nós sabemos que podemos aprender e melhorar a habilidade em todo tipo de prática, de dirigir a tocar piano. Mas demonstrar isto no contexto da meditação é interessante e novo."
Pesquisa recente mostrou que a meditação é boa para o cérebro. Ela parece aumentar a matéria cinzenta, melhorar o sistema imunológico, reduzir o estresse e promover uma sensação de bem-estar. Mas Davidson disse que este foi o primeiro estudo a examinar como a meditação afeta a atenção.
O estudo explorou um fenômeno do cérebro chamado "attentional blink". Digamos que fotos de um cão São Bernardo e de um Terrier são exibidas de relance diante dos olhos de alguém em um intervalo de meio segundo, inseridas em uma série de 20 imagens de gatos. Em tal seqüência, a maioria das pessoas deixa de ver o segundo cão. Seus cérebros "piscaram" (blinked).
Os cientistas explicaram esta cegueira como uma alocação errada de atenção. As coisas estão acontecendo rápido demais para o cérebro detectar o segundo estímulo. A consciência é de alguma forma suprimida.
Mas o piscar não é um gargalo inevitável, disse Davidson. A maioria das pessoas consegue identificar o segundo alvo algumas vezes. Assim, pode ser possível exercer algum controle, que não precisa ser voluntário, sobre a alocação de atenção.
No estudo, 17 voluntários sem experiência em meditação passaram três meses na Insight Meditation Society, em Barre, Massachusetts, meditando de 10 a 12 horas por dia. Um grupo novato de controle meditava 20 minutos por dia ao longo do mesmo período.
Ambos os grupos foram submetidos ao teste de "attentional blink" com dois números inseridos em uma seqüência de letras. Enquanto ambos os grupos procuravam os números, a atividade cerebral deles era gravada com eletrodos colocados no couro cabeludo.
Todos conseguiam detectar o primeiro número, disse Davidson. Mas os registros do cérebro mostravam que meditadores menos experientes tendiam a perceber o primeiro número e se agarrar a ele, de forma que perdiam o segundo número. Aqueles com mais experiência dedicavam menos atenção ao primeiro número, como se não se agarrassem a ele. Isto levou a uma maior habilidade de perceber o segundo número.
O "attentional blink" era considerado como uma propriedade fixa do sistema nervoso, disse Davidson. Mas este estudo mostra que ele pode mudar com a prática. A atenção é uma habilidade flexível, que pode ser treinada.
Pergunte a Daniel Levison, um pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Wisconsin, que meditou por três meses como parte do estudo. "Eu me tornei um ouvinte muito melhor", ele disse. "Eu não me perco na minha reação pessoal ao que as pessoas estão dizendo."
Segundo um estudo publicado na edição online da revista "PloS Biology", três meses de treinamento rigoroso neste tipo de meditação leva a uma profunda mudança na forma como o cérebro aloca a atenção.
Parece que a capacidade de se livrar dos pensamentos que surgem à mente liberta o cérebro para cuidar de eventos e coisas que estão mudando mais rapidamente no mundo ao seu redor, disse o principal autor do estudo, Richard Davidson, um professor de psicologia e psiquiatria da Universidade de Wisconsin, em Madison. Meditadores experientes, ele disse, são mais bem capacitados do que outras pessoas na detecção de estímulos que estão mudando rapidamente, como expressões faciais emocionais.
Ron Mangun, diretor do Centro para a Mente e Cérebro da Universidade da Califórnia, em Davis, que não esteve envolvido no estudo, chamou a conclusão de empolgante. "Ela fornece evidência neurocientífica para mudanças no funcionamento do cérebro com treinamento mental, neste caso a meditação", ele disse. "Nós sabemos que podemos aprender e melhorar a habilidade em todo tipo de prática, de dirigir a tocar piano. Mas demonstrar isto no contexto da meditação é interessante e novo."
Pesquisa recente mostrou que a meditação é boa para o cérebro. Ela parece aumentar a matéria cinzenta, melhorar o sistema imunológico, reduzir o estresse e promover uma sensação de bem-estar. Mas Davidson disse que este foi o primeiro estudo a examinar como a meditação afeta a atenção.
O estudo explorou um fenômeno do cérebro chamado "attentional blink". Digamos que fotos de um cão São Bernardo e de um Terrier são exibidas de relance diante dos olhos de alguém em um intervalo de meio segundo, inseridas em uma série de 20 imagens de gatos. Em tal seqüência, a maioria das pessoas deixa de ver o segundo cão. Seus cérebros "piscaram" (blinked).
Os cientistas explicaram esta cegueira como uma alocação errada de atenção. As coisas estão acontecendo rápido demais para o cérebro detectar o segundo estímulo. A consciência é de alguma forma suprimida.
Mas o piscar não é um gargalo inevitável, disse Davidson. A maioria das pessoas consegue identificar o segundo alvo algumas vezes. Assim, pode ser possível exercer algum controle, que não precisa ser voluntário, sobre a alocação de atenção.
No estudo, 17 voluntários sem experiência em meditação passaram três meses na Insight Meditation Society, em Barre, Massachusetts, meditando de 10 a 12 horas por dia. Um grupo novato de controle meditava 20 minutos por dia ao longo do mesmo período.
Ambos os grupos foram submetidos ao teste de "attentional blink" com dois números inseridos em uma seqüência de letras. Enquanto ambos os grupos procuravam os números, a atividade cerebral deles era gravada com eletrodos colocados no couro cabeludo.
Todos conseguiam detectar o primeiro número, disse Davidson. Mas os registros do cérebro mostravam que meditadores menos experientes tendiam a perceber o primeiro número e se agarrar a ele, de forma que perdiam o segundo número. Aqueles com mais experiência dedicavam menos atenção ao primeiro número, como se não se agarrassem a ele. Isto levou a uma maior habilidade de perceber o segundo número.
O "attentional blink" era considerado como uma propriedade fixa do sistema nervoso, disse Davidson. Mas este estudo mostra que ele pode mudar com a prática. A atenção é uma habilidade flexível, que pode ser treinada.
Pergunte a Daniel Levison, um pesquisador do departamento de psicologia da Universidade de Wisconsin, que meditou por três meses como parte do estudo. "Eu me tornei um ouvinte muito melhor", ele disse. "Eu não me perco na minha reação pessoal ao que as pessoas estão dizendo."
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