De berço evangélico pentecostal, Valéria Vilhena se incomodou na juventude com as restrições ao corte de cabelo, ao modo de se vestir e de se comportar impostos pela igreja. “Me vi feminista muito cedo”, diz a teóloga , que é mestre em ciências da religião e doutora no programa Educação, História da Cultura e Artes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Ao longo da vida, frequentou diferentes templos cristãos, percebeu outras restrições às mulheres e, sem encontrar o seu lugar, decidiu abandonar a igreja, mas não sua fé. Em 2015, fundou, ao lado de outras mulheres, o EIG (Evangélicas pela Igualdade de Gênero), movimento para discutir temas relacionados à violência contra a mulher e à igualdade de oportunidades nas estruturas religiosas. Em novembro de 2016, Vilhena viu sua pesquisa virar notícia, sem crédito, em sites e nas redes sociais sob o título “40% das mulheres que sofrem violência doméstica são evangélicas” . O dado está em seu livro “Uma Igreja sem voz: a...