Existem dois tipos básicos: o explosivo e o não explosivo. O primeiro aparece em pontos onde se chocam as placas tectônicas (os grandes blocos que formam a crosta terrestre) - seu melhor exemplo está nos vulcões que desenham o chamado Cinturão de Fogo, em torno do oceano Pacífico. Esse tipo se caracteriza também pela lava quase sólida, além de expelir poeira e uma mistura de gases e vapor d’água. A lava desse vulcão vem das profundezas da Terra, onde a temperatura elevada derrete a rocha da crosta oceânica e faz com que ela se misture à água do mar. "A presença da água é que faz esse vulcão ser tão explosivo. Conforme a lava sobe, o vapor d’água é liberado da rocha e esbarra numa tampa formada pelo material endurecido da explosão anterior, aumentando a pressão até explodir. Ele pode ser comparado a uma garrafa de bebida gasosa", afirma Caetano Juliani, geólogo da Universidade de São Paulo (USP).
Vulcões não explosivos, como os do Havaí, ficam bem no meio de uma placa tectônica, longe do choque entre elas. Esse tipo surge quando ocorre alguma fissura na crosta terrestre por onde a lava pode escorrer.
Essa lava é mais líquida e incandescente. "É como se o vulcão estivesse localizado embaixo de um maçarico, que faz o material do manto derreter, o magma subir e atravessar a crosta", diz Caetano. Há ainda um outro tipo de vulcão não explosivo, que pode aparecer no fundo do mar, a grandes profundidades. Os vulcões têm reservado surpresas desagradáveis para os seres humanos. Talvez o episódio mais famoso seja o da cidade de Pompéia, na Itália. Ela foi varrida do mapa pelo Vesúvio e seus 2000 habitantes morreram sepultados por uma camada de 8 metros de cinzas no ano 79. As piores catástrofes, porém, são mais recentes. Em 1815, na Indonésia, o Tambora tirou a vida de 92000 vítimas. Em 1985, na Colômbia, o Nevado Del Ruiz matou 23000 pessoas. Embora não possua vulcões hoje, o Brasil já teve suas montanhas de fogo. Nosso vulcão mais antigo já descoberto soltava lava na Amazônia há 1,9 milhão de anos.
Bem antes disso, há cerca de 150 milhões de anos, havia na América do Sul uma grande fissura que ia do estado do Mato Grosso até a Argentina - na região em que hoje corre o rio Paraná. Dessa enorme rachadura, escorreu uma quantidade de lava que se acumulou da cidade de Santos, SP, até a cordilheira dos Andes, na maior atividade vulcânica do planeta na época. Nesse período, a África e a América do Sul estavam se separando e, se a fissura crescesse, uma parte do território sul-americano teria ido parar do outro lado do oceano Atlântico.
Fenômeno dupla face
A - Até debaixo d’água
Os vulcões não explosivos que existem no fundo dos oceanos, apesar de pouco conhecidos, são muito comuns. Eles surgem por causa do movimento das placas tectônicas, que abre enormes fissuras na crosta terrestre
B - Montanhas de lava
As fissuras abrem caminho para o avanço da lava, formada por rochas derretidas pelas altas temperaturas do interior do planeta. Conforme as placas se movem, com velocidade de até 10 centímetros por ano, essa lava expelida se solidifica e forma enormes cadeias de vulcões, cerca de 2,5 quilômetros abaixo da superfície do mar
Perigo à beira-mar
Existem cerca de 1500 vulcões ativos (os triângulos vermelhos do mapa). A maioria deles se formou no encontro entre as placas tectônicas (assinaladas pelas linhas azuis) - principalmente as que circundam o oceano Pacífico. Por isso, a região é chamada de Cinturão de Fogo. Só a Indonésia tem 127 vulcões em atividade
1 - Trombada subterrânea
O processo de formação de um vulcão explosivo começa quando uma placa tectônica oceânica entra em choque com outra placa e é forçada a mergulhar em direção ao interior da Terra
2 - Temperatura máxima
Conforme a profundidade aumenta, a temperatura sobe (devido ao calor interno do planeta) até a rocha derreter. A rocha derretida vai se misturar com água e formar bolhas embaixo da terra
3 - Passagem forçada
Se as tais bolhas forem grandes o suficiente, podem forçar a passagem para cima através da crosta terrestre. Conforme elas sobem, vão se resfriando e liberando vapor d’água e outros gases que estavam presos na rocha
4 - Panela de pressão
Como o vulcão fica tampado pelo acúmulo de lava solidificada de explosões anteriores, os gases vão se acumulando. Quando a pressão se torna forte o suficiente, a tampa do vulcão rompe e ele explode
5 - Restos da explosão
Esse tipo de vulcão lança, em vez de lava líquida, detritos de rocha quente e poeira. É o acúmulo desse material que, aos poucos, vai formando a montanha do vulcão e sua cratera
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