Para começar, a higiene tem que ser total e absoluta. Além de usar uma roupa especial, cobrir o cabelo com uma touca, o rosto com uma máscara e os sapatos com capinhas, todos que irão entrar na sala devem lavar as mãos com uma solução bactericida. Ninguém pode encostar em nada até colocar as luvas. Os objetos, por sua vez, são todos descartáveis ou, então, rigorosamente esterilizados. Durante a operação, o cirurgião recebe a assistência de uma equipe constituída, normalmente, de quatro pessoas escolhidas por ele: o anestesista, o instrumentador e dois auxiliares de enfermagem. "Os materiais e os medicamentos necessários são previamente selecionados e enviados à sala apenas alguns minutos antes do início da operação", afirma o cirurgião Laércio Martins, responsável pelo Bloco Cirúrgico do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, SP.
Existe ainda um setor de apoio técnico, que permanece de plantão caso ocorra algum problema com o arsenal de equipamentos elétricos e eletrônicos utilizados durante as cirurgias - como os monitores que acompanham os sinais vitais do paciente. "Mas esses problemas são raros, porque os mesmos técnicos fazem uma manutenção preventiva diária para evitar transtornos na hora da operação", diz Laércio.
Todos por um
Mesa de instrumentos
Fica ao lado do instrumentador, com todos os instrumentos dispostos na ordem em que serão usados durante a cirurgia. Chamam a atenção os diversos tipos de tesoura - algumas para corte e outras que funcionam como pinças para estancar o sangue. Há ainda gaze, bisturis e fio de costura cirúrgico, entre outros itens
Auxiliar de enfermagem
Normalmente são dois: um para o anestesista, outro para o instrumentador. Além deles, existem enfermeiros que podem entrar e sair da sala durante a cirurgia, caso seja necessário algum contato com o mundo exterior
Cirurgião
O maestro da orquestra. Todos estão ali para auxiliá-lo. Como está em contato direto com o paciente, ele usa uma máscara especial, com protetor de plástico, para evitar que secreções atinjam os olhos
Instrumentador
É literalmente o braço-direito do cirurgião: sua função é entregar a ele cada instrumento no momento em que será usado
Anestesista
Além de aplicar a anestesia e cuidar da sua manutenção, é o principal responsável pelo acompanhamento dos sinais vitais do paciente, como pressão sangüínea, temperatura e respiração
1. Torre de equipamentos
Pelo monitor, a equipe acompanha os sinais vitais do paciente, como batimentos cardíacos e pressão arterial. O ventilador funciona como auxílio para a respiração: durante a anestesia geral, a pessoa necessita desse aparelho para inalar e exalar por ela. O aspirador suga secreções como sangue e linfa, quando vazam durante a cirurgia, e também aspira o soro fisiológico usado para limpar a região que está sendo operada
2. Carrinho de medicamentos
É uma espécie de reserva de remédios e itens (como agulhas e seringas) não requisitados pelo cirurgião, no caso de ocorrerem situações imprevistas
3. Foco cirúrgico
A intensa luz branca é fundamental para garantir a máxima visibilidade. Os focos são móveis e podem ser posicionados de acordo com a necessidade do cirurgião
4. Cesto de materiais usados
Tudo o que o cirurgião não vai usar mais é jogado aqui dentro. A equipe conta cata item utilizado (da gaze aos instrumentos) para ter certeza de que nada ficou dentro do paciente
5. Manta térmica
A sala é mantida fria, por isso se usa essa coberta especial para aquecer o paciente. Um motor regulado por termostato bombeia ar quente para dentro da manta através de um tubo
6. Mesa cirúrgica
Bem estreita, ela pode ser posicionada de várias formas e conta com acessórios de extensão para braços e pernas, caso o paciente precise ser posicionado de forma diferente
7. Bisturi elétrico
O equipamento funciona como um bisturi normal - com a vantagem de coagular o sangue logo após o corte, evitando hemorragias e reduzindo sangramentos
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