No final dos anos 70, Carlos Guilherme Mota costumava receber em sua casa a visita do também historiador Caio Prado Júnior. Tomavam vinho juntos. Caio Prado gostava dos chilenos da marca Concha y Toro. Carlos Guilherme gostava de Caio Prado sentia-se visitado pela versão brasileira de um Eric Hobsbawm. Diante do grande mestre, tentava extrair dele "umas cinco frases para repassar aos seus filhos e alunos". Certa vez, foi direto ao ponto: "Professor, qual é a sua mensagem? O que o senhor me diz sobre a história do Brasil?". Caio Prado Júnior respondeu: "O Brasil é muito atrasado". Carlos Guilherme Mota achou a frase "um pouco pobre". Insistiu: "Mas como assim?". O Caio: "Muito atrasado. Muito". Carlos Guilherme deixou pra lá. "Historiador das idéias", Carlos Guilherme Santos Serôa da Mota é professor titular de história da Faculdade de Filosofia, Letras e Ci...
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