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O gigante da garagem

  Parece algo impensável hoje, mas, há mais de duas décadas, quando os computadores pessoais ainda eram novidade e todos ouviam música num walkman, Steve Jobs foi expulso da Apple. O ano era 1985. IBM e Microsoft dominavam o mundo da computação. O revolucionário Macintosh, lançado com grande alarde um ano antes, parecia estar naufragando. E Jobs, a força que orientou a Apple desde o início, parecia não apenas ser dispensável como até uma ameaça à empresa que ele mesmo tinha erguido. Neste trecho da introdução à edição de 2009 do livro West of Eden, o autor, também editor da revista Wired, conta os detalhes do episódio. A Apple tem muitas qualidades notáveis, mas a transparência nunca foi uma delas. Em janeiro de 2009, quando se tornou óbvio que seu diretor executivo estava gravemente doente, essa falta de clareza deu origem a uma crise. Menos de cinco anos antes, Steve Jobs tinha se submetido a uma cirurgia para tratar um tipo raro de câncer no pâncreas. Ele tinha se recuperado bem, ma

Um museu para tempos de crise

 Bartolomeu Antonio Lima da Silva, de 47 anos, é o que se pode chamar de craque do mercado financeiro, daqueles que sabem tudo de economia e investimentos – assuntos que mexem com o bolso de todo mundo, mas que pouca gente domina. Aos 19, Bartô, como é mais conhecido, virou operador da Bolsa de Valores de São Paulo – e nunca mais saiu de lá. Desde 2006, porém, ele é monitor do Espaço Bovespa, o museu da Bolsa. É dele e de outros cinco ex-operadores a missão de explicar a estudantes e turistas o instável mercado financeiro – e, ultimamente, os porquês da atual crise econômica – em seis visitas diárias monitoradas, todas gratuitas, no prédio da Bolsa no calçadão da Rua 15 de Novembro, um dos símbolos do antigo centro financeiro paulistano. “Nos últimos tempos, tem sempre alguém perguntando sobre a crise, a possível recessão da economia, essas coisas. Digo: ‘Calma, o mundo não vai acabar’. Há oportunidade na crise. É só reconhecê-la”, ensina Bartô. Idade da pedra. Desde o processo de popu

AudioLivros

Expansão em ritmo acelerado

  Por alto, Sergio Machado calcula que sejam mais de 2 milhões de livros. Isso considerando só o excesso, "algo de que a gente poderia se desfazer sem afetar em nada a editora". Estão estocados há cinco, seis anos, num armazém alugado próximo à sede da Record, grupo editorial que Machado preside, ali junto ao estádio do Vasco, na zona norte do Rio. Lá seguiriam indefinidamente não fosse o recente pedido de desocupação do lugar. Agora o dono da maior editora de obras de interesse geral do País tem poucos meses para dar destino às pilhas que abarrotam o lugar. "Estamos alugando outro espaço e avaliando alternativas", diz Machado. "É provável que alguma coisa seja destruída." A eliminação de sobras de livros é tema abordado com cautela por empresários, mas a prática de "transformar em aparas", como eles preferem, é bem menos rara do que se possa pensar, em especial neste momento em que o mercado editorial brasileiro produz muito mais do que consegue

Intelectuais se dobraram à alienação do trabalho, diz Marilena Chauí

  Na chamada sociedade da informação, os intelectuais se dobraram à alienação do trabalho: não têm mais controle sobre o que produzem, e sua obra é uma mercadoria que não revela a subjetividade do autor. O misto de acusação e lamento foi feito pela filósofa Marilena Chauí na noite de quarta-feira (17) no Rio, na terceira conferência da série sobre o "elogio à preguiça" que acontece também em São Paulo e Belo Horizonte. "A maneira pela qual os acadêmicos se renderam à ideia de produtividade, de controle de qualidade e de ranking é um escárnio. É a destruição da vida do pensamento", disse a professora da USP. Segundo Chauí, nas formas anteriores do capitalismo o intelectual era um "trabalhador improdutivo" porque a ciência e os conhecimentos eram aplicados indiretamente na produção por intermédio da tecnologia. "Hoje todas as ciências deixaram de ser um conhecimento que passa ao largo do capital para depois serem aplicadas. Elas se tornaram uma força pr

Empresa alemã descobre como hackear celulares pela internet

  Uma empresa de segurança alemã descobriu como quebrar o código de criptografia de alguns celulares usando a internet, afirmou o jornal  Handelsblatt  nessa quarta-feira, 10, citando o diretor da companhia. A descoberta de uma forma de tirar informações da tecnologia GPRS permite que se leia e-mails e se observe o uso da internet feito por uma pessoa cujo aparelho foi hackeado, disse Karsten Nohl, diretor da Security Research Labs. “Com nossa tecnologia podemos capturar dados de comunicações GPRS num raio de 5 quilômetros”, disse ele ao jornal antes de um encontro do Chaos Computer Club, grupo que descreve a si mesmo como a maior coalizão hacker da Europa. Telefones que usam o novo padrão UMTS são mais seguros, disse Nohl, mas a quebra da criptografia afeta equipamentos industriais e qualquer aparelho que use GPRS — incluindo novos aparelhos como os iPhones e iPads da Apple, que mudam para o modo GPRS em áreas remotas.

Comercias antigos que marcaram época.

Entrevista do Dia

  "O pior de chegar aos 50 anos é que não me sinto tão veloz como antes e demoro mais para me recuperar na quadra de basquete." A brincadeira do presidente norte-americano Barack Obama, às vésperas de sua festa de aniversário, na quinta-feira, serve para descrever também seu fôlego no jogo político após a desgastante negociação com os republicanos no Congresso para aprovar a elevação do teto da dívida americana, já na casa dos US$ 14,3 trilhões. Não por acaso, entre as diversas cidades por que passou na vida Obama escolheu para ouvir o "é pique, é pique" a Chicago que sempre foi sua grande base eleitoral. "É evidente que, qualquer que seja o presidente dos Estados Unidos, se a economia vai mal ele vai ter problemas. Mas é cedo para saber quem ganhou e perdeu politicamente com o acordo." O diagnóstico é do brasileiro que se tornou um dos economistas mais respeitados do mundo, interlocutor de gente como Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, e de Rober

Tempestades solares ameaçam GPS

  “A tempestade magnética que está prestes a se desenvolver provavelmente será de nível moderado para forte”, disse Joseph Kunches, cientista climático espacial do Centro de Previsões do Clima Espacial, subordinado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA. Segundo ele, as tempestades solares desta semana podem afetar satélites de comunicação e de GPS (posicionamento), além de poderem produzir uma aurora boreal visível em latitudes bastante baixas — nos Estados de Minnesota e Wisconsin, por exemplo. Auroras boreais (ou austrais, quando vistas no Hemisfério Sul) são emanações luminosas naturais causadas pela colisão de partículas eletricamente carregadas com átomos nas partes superiores da atmosfera, e em altas latitudes, ou seja, perto dos polos. Grandes perturbações decorrentes da atividade solar são raras, mas já tiveram impactos sérios no passado. Em 1989, uma tempestade solar derrubou redes elétricas no Québec (Canadá), deixando cerca de 6 milhões de pessoas se